Chegou a ser um nome ventilado para a Seleção Nacional depois da saída de Fernando Santos, foi cogitado pelo Chelsea quando Graham Potter foi despedido e era a primeira bola a sair do saco sempre que existia um lugar vago nos principais clubes europeus. O destino de Luis Enrique, porém, parecia traçado há algum tempo: e vai mesmo passar pelo PSG.

O espanhol foi esta quarta-feira oficializado como novo treinador do PSG, substituindo o despedido Christophe Galtier — que foi detido na semana passada, em conjunto com o filho, sob suspeita de discriminação, racismo e xenofobia durante o tempo em que orientava o Nice. Aos 53 anos, Luis Enrique regressa ao ativo cerca de sete meses depois de ter deixado a seleção espanhola na sequência da eliminação nos oitavos de final do Mundial do Qatar, perante Marrocos.

Na conferência de imprensa, onde já surgiu ao lado do presidente Nasser Al-Khelaïfi, Luis Enrique sublinhou a importância do encontro com o português Luís Campos, diretor desportivo do PSG. “Desde o primeiro dia em que reuni com o Luís Campos que foi tudo muito fácil. Creio que estou à altura do que o projeto me oferece, é um projeto que está ao alcance de poucos. Acredito que encaixa bem comigo. Joga-se futebol de ataque, que pode ser divertido para os adeptos. Queremos trazer bons resultados e mostrar aquilo de que somos capazes. Estou encantado por estar aqui e com muita vontade de aprender um novo idioma e conhecer um país fantástico”, explicou o treinador espanhol, que assinou um contrato válido por duas temporadas.

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Luis Enrique foi desde logo questionado sobre a ainda possível saída de Mbappé durante o atual mercado de transferências, recordando que o francês “tem contrato”. “Não sabemos aquilo que está a acontecer nos bastidores. As coisas estão constantemente a mudar durante a janela de transferências. Acho que temos um plantel muito forte, disso tenho a certeza”, atirou, revelando que ainda não falou com Neymar mas já conversou com vários jogadores que irá treinar, incluindo o português Nuno Mendes.

Quase três meses depois da morte da filha, Luis Enrique regressa ao comando da seleção espanhola

“Falei com o Kimpembe, o Mukiele e o Nuno Mendes, mas ainda não falei com os outros. Teremos a oportunidade de falar todos uns com os outros, mas é algo interno. Preciso de tomar decisões, mas quero que sejam tomadas nos treinos. Veremos como é que isso corre. O PSG tem um plantel de topo e esta é uma nova era. Queremos jogar um futebol ofensivo, que deixe os adeptos entusiasmados”, terminou.

Luis Enrique assume assim o quarto projeto da carreira no que toca a clubes, depois da Roma (2011 a 2012), do Celta Vigo (2013 a 2014) e do Barcelona (2014 a 2017), tendo conquistado dois Campeonatos, uma Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes, uma Supertaça Europeia, três Taças do Rei e uma Supertaça de Espanha com os catalães. O treinador foi ainda selecionador espanhol entre 2018 e 2022 (com um interregno de cinco meses em 2019, devido à doença da filha), tendo perdido a final da Liga das Nações em 2021 contra França e ficando nas meias-finais do Euro 2020 e nos oitavos de final do Mundial 2022.

Treinador do PSG foi detido por suspeitas de discriminação. Filho de Galtier também está sob custódia policial

Na mesma conferência de imprensa, Nasser Al-Khelaïfi aproveitou para deixar uma posição de força relativamente à situação de Mbappé e garantiu que o PSG não pretende perder o avançado a custo zero em 2025, no final do contrato. “A minha posição é muito clara. Não quero estar sempre a repetir-me. Se o Kylian quiser ficar, queremos que ele fique. Mas só fica se assinar um novo contrato. Não queremos perder o melhor jogador do mundo de graça, é impossível. Ele disse que nunca sairia de graça. Se agora mudou de ideias, a culpa não é minha. Não queremos perdê-lo de borla e isso é muito claro”, indicou o presidente dos parisienses.