Uma organização que se dedica à reabilitação de feridos e amputados em conflitos armados condenou esta segunda-feira os Estados Unidos pelo anunciado envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia, alertando para os danos que podem provocar nos civis.

Para a organização não-governamental (ONG) Handicap International, com sede em Lyon, França, as bombas de fragmentação “podem causar danos aos civis durante décadas e hipotecar a reconstrução do país”.

Em comunicado, a mesma ONG lamenta a decisão dos Estados Unidos, frisando que as bombas de fragmentação são as mais perigosas para a população porque podem causar vítimas mesmo depois de terminado o conflito, visto que os projéteis podem manter-se ativos.

Este tipo de munição consiste na projeção de bombas mais pequenas lançadas no ar e que podem explodir antes de alcançarem o solo, ou um obstáculo, provocando uma forte dispersão de outros pequenos projéteis.

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As bombas de fragmentação podem ficar ativas, por exemplo enterradas no solo, e explodirem quando manipuladas mais tarde. 

Além de matarem civis, as bombas de fragmentação obstaculizam o acesso físico a muitos agentes humanitários”, disse o diretor da Handicap International na Suíça, Daniel Suda-Lang.

As bombas de fragmentação estão proibidas pela Convenção de Oslo sobre submunições explosivas.

Os Estados Unidos, a Rússia e a Ucrânia não assinaram a Convenção de Oslo.

A Handicap International, que garante apoio a pessoas afetadas pelos conflitos armados e catástrofes naturais nos países mais necessitados, tem destacados 200 elementos da organização na Ucrânia onde presta apoio médico e psicológico às vítimas da guerra.

Em 1992, a Handicap International foi uma das seis organizações não-governamentais que fundaram a Campanha Internacional para a Proibição de Minas Antipessoais que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1997.