O Presidente da República admitiu esta quinta-feira vir a falar da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP ao Conselho de Estado, daqui a uma semana, e publicamente, depois de ler o relatório final.

“O tema é um tema sobre o qual o Presidente da República pode pronunciar-se: a TAP”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à saída do Centro Ismaili, em Lisboa, observando: “Estive a pensar, e acho que tenho a obrigação”.

“A minha ideia é a seguinte: eu vou ler o relatório e, sobre esse tema, se eu tiver coisas a dizer, direi em primeiro lugar ao Conselho de Estado, que vai reunir daqui a uma semana. E, depois de dizer ao Conselho de Estado, conforme o que eu disser ou não ao Conselho de Estado, digo publicamente”, acrescentou.

Antes, o chefe de Estado disse que ainda não conhecia “o texto definitivo” do relatório desta comissão de inquérito, nem tinha acompanhado a votação em comissão, que aconteceu esta quinta-feira à tarde.

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“Eu não comento normalmente essas matérias, porque não vêm ao Presidente da República. As leis vêm ao Presidente da República, a declaração do estado de emergência vem, a convocação de um referendo vem, os resultados — as conclusões das comissões de inquérito não vêm, é trabalho parlamentar que diz respeito apenas ao parlamento”, referiu.

Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a TAP “é um tema sobre o qual o Presidente da República pode pronunciar-se”.

Esta comissão de inquérito, que iniciou os trabalhos em fevereiro, foi proposta pelo Bloco de Esquerda, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis — que a seguir passou pela NAV e foi secretária de Estado do Tesouro — para a sua saída da TAP.

O Presidente da República falou aos jornalistas depois de participar numa cerimónia comemorativa dos 25 anos do Centro Ismaili, em Lisboa, inaugurado em 1998 pelo então chefe de Estado Jorge Sampaio.

Nesta ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa atribuiu ao Centro Ismaili as insígnias de membro honorário da Ordem do Mérito, e elogiou uma vez mais os ismaelitas, pela defesa dos valores “da paz, da justiça, do diálogo”,

O chefe de Estado congratulou-se por a comunidade ismaelita em Portugal ser agora representada por uma mulher, Yasmin Bhudarally.