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A ONU considerou esta sexta-feira “muito preocupante” a utilização pelo Exército ucraniano de bombas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos e considerou que não deveriam ser utilizadas.

Este tipo de munições deviam pertencer à história, não deveriam ser utilizadas”, assinalou o porta-voz Stéphane Dujarric em declarações aos media na sede da ONU em Nova Iorque.

Os Estados Unidos anunciaram em 7 de julho o envio de bombas de fragmentação à Ucrânia, apesar das críticas da Alemanha e de outros países, e ainda de organizações de direitos humanos, em particular devido aos impactos que podem provocar na população civil.

Na quinta-feira Washington confirmou que este tipo munições já está a ser utilizado no campo de batalha, mas de forma “apropriada e efetiva”.

Estão a ser utilizadas apropriadamente e de forma efetiva, e de facto estão a registar um impacto nas formações defensivas e nas manobras da Rússia“, assegurou em conferência de imprensa virtual John Kirby, porta-voz do Conselho de segurança nacional da Casa Branca.

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Estas bombas foram incluídas num novo pacote de ajuda militar, avaliado em 800 milhões de dólares (cerca de 719 milhões de euros à taxa de câmbio atual), que incluía também, entre outras armas, mísseis de defesa aérea, sistemas antiaéreos Stinger e munições para sistemas antiaéreos Patriot.

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Em 13 de julho, o Pentágono confirmou que essas bombas já estavam em território ucraniano.

Organizações não-governamentais (ONG), como a Human Rights Watch (WRW), tinham previamente anunciado que Rússia e Ucrânia já tinham utilizado este tipo de arma na guerra.

Ponto de situação. O que se passou durante o 513.º dia de guerra na Ucrânia?

A Rússia advertiu este mês que caso os Estados Unidos fornecessem bombas de fragmentação à Ucrânia, o seu Exército utilizaria “meios de destruição similares”.

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no passado fim de semana que o seu exército tem uma “boa reserva” de bombas de fragmentação, e ameaçou usá-las na Ucrânia.

Na Rússia, há uma boa reserva de munições de fragmentação, de diferentes tipos”, sublinhou Putin numa entrevista ao canal da televisão pública “Rossia-1” esta sexta-feira transmitida e citada pela agência France-Presse (AFP).

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“Até agora não as usámos, não precisávamos delas, embora, num determinado momento, tivéssemos uma conhecida escassez de munições”, disse Putin.

“Mas se forem usadas contra nós, reservamo-nos no direito de retaliar“, acrescentou o Presidente russo.

Putin recordou na entrevista que “o uso de bombas de fragmentação foi descrito como um crime pela própria administração norte-americana.

A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.