Num comunicado relativamente curto, a Nissan anunciou que irá abandonar o mercado português em Novembro, o que causou alguma surpresa, porque se trata de um construtor que até aqui tinha presença directa em Portugal, apesar de o fazer a partir da Nissan Ibéria.

De acordo com o comunicado, a representação do construtor nipónico ficará entregue à Salvador Caetano Auto, liderada por Sérgio Ribeiro, empresa integrada num grupo que já representa os interesses no nosso país da Toyota, além da Hyundai, Honda e BYD. Além do negócio da importação e distribuição da Nissan, a Salvador Caetano Auto vai ainda herdar toda a equipa que fazia funcionar a Nissan Portugal, excepção feita para José Botas, nomeado em Janeiro para gerir os interesses da marca nipónica no nosso país. Antes disso, José Botas dirigia a operação do construtor em Madrid, pelo que deverá regressar à origem como quadro da Nissan Ibéria.

Mas nem tudo é mau nesta mudança, dado que se a Nissan Portugal reportava a Espanha, que via o nosso país como mais uma pequena região espanhola, a Salvador Caetano vai reportar à Nissan Europa, sendo possível aí alcançar outra autonomia, que permita ao construtor subir da 13.ª posição que ocupa no ranking dos mais vendidos no primeiro semestre de 2023, de acordo com a ACAP, posição que já detinha no 1.º trimestre do ano anterior.

“Este acordo estabelece um marco de grande importância para ambas as empresas”, declarou o administrador da Salvador Caetano Auto, Sérgio Ribeiro. “Depois de uma parceria duradoura nas actividades de retalho em Portugal, estamos agora a evoluir o nosso papel para nos tornarmos distribuidor da Nissan para o mercado português”, acrescenta. Ainda em relação à troca do importador para o nosso país, o administrador afirma pretender “apoiar a Nissan na implementação de uma estratégia mais ágil, com um maior foco no mercado nacional e, acima de tudo, na satisfação das necessidades dos clientes”.

A Salvador Caetano Auto possui uma extensa rede de concessionários, onde a Nissan já marca presença, que certamente será ampliada agora que a importação também “fica em casa”. Mas tanto quanto o Observador conseguiu apurar, o novo importador não se deslocará para o Porto, onde a Salvador Caetano Auto concentra toda a sua operação e marcas, devendo ocupar antes um espaço numa zona próxima da actual, em Oeiras.

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