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O grupo Wagner pode estar a preparar-se para atacar a Polónia. A informação tem como base fontes do exército da Bielorrússia, país para onde a organização paramilitar se transferiu na sequência da tentativa falhada de rebelião contra Moscovo, e sugere que os mercenários comandados por Yevgeny Prigozhin estarão a tentar recrutar militares bielorrussos interessados em atacar os países vizinhos para as suas fileiras.

De acordo com o Centro para a Resistência Nacional da Ucrânia, uma organização estabelecida pelas forças especiais ucranianas, o plano do grupo Wagner tem sido difundido durante as operações de treino que estes têm levado a cabo com o exército da Bielorrússia. Segundo o jornal espanhol El Mundo, que cita soldados bielorrussos descontentes com o regime e que estarão a colaborar com a Ucrânia, uma das condições para a participação nestes treinos seria “a disponibilidade de participar em ações militares no território dos países vizinhos, em particular a Polónia e a Lituânia”.

A ser verdade tal representaria mais um passo no escalar de tensões recentes na fronteira com a Polónia, onde os combatentes mercenários e os soldados de Minsk têm conduzido vários exercícios. Nesse sentido, o ministro responsável pelos serviços de informações polacos, Stanislaw Zaryn, advertiu esta quinta-feira que o país deve estar preparado para um ataque do grupo paramilitar russo Wagner, acrescentando que os mercenários já estão a treinar com o exército da Bielorrússia.

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Stanislaw Zaryn realçou, em entrevista, que “neste momento existem cerca de mil [membros do grupo Wagner] na Bielorrússia”, havendo algumas estimativas que admitem ser “até três mil”.

O número continua, de resto, a aumentar, com novos combatentes mercenários a chegar regularmente à Bielorrússia. Neste domínio, uma das mais recentes colunas militares dos Wagner recém-chegadas ao país trazia consigo vários veículos blindados utilizados em países como a Ucrânia, a Síria ou a Líbia, facto que não passou despercebido à comunidade internacional.

Polónia envia mais 1.000 militares para fronteira com Bielorrússia

A Polónia, por sua vez, veio dar garantias de que quer salvaguardar a segurança interna e da NATO contra as “provocações” do lado bielorrusso. O vice-primeiro-ministro polaco alertou para o perigo que se está a gerar na fronteira entre a União Europeia e a Bielorrússia e afirmou que a prioridade da Polónia passa por estabelecer a segurança na região, atendendo não só às movimentações dos Wagner, mas também à instalação recente de vários mísseis nuclear de curto-alcance russos na Bielorrússia,

Estamos a fazer tudo o que for necessário e suficiente para que nós possamos repelir quaisquer potenciais provocações ou atos agressivos” afirmou Jaroslaw Kaczynski, de acordo com a Sky News.

A situação continua a conhecer novos desenvolvimentos e pode evoluir de forma imprevisível. Para já, os governos da Polónia, Lituânia e Letónia comprometeram-se a levar a cabo ações conjuntas para mitigar o perigo, que podem passar pelo fecho das fronteiras com a Bielorrússia caso se venha a registar algum incidente grave envolvendo o grupo mercenário.

“Sem dúvida, caso algum incidente grave envolvendo o grupo Wagner ocorra na fronteira dos países da NATO e da União Europeia, como a Polónia, a Lituânia ou a Letónia, iremos indubitavelmente tomar ações em conjunto”, referiu o ministro do Interior polaco, citado pela Reuters.

Governo polaco de prevenção para possível ataque do grupo Wagner