Foi através do envio de uma carta que Alberto Núñez Feijóo, líder do PP, o partido que venceu as eleições espanholas de 23 de junho, se dirigiu ao seu principal adversário. A Pedro Sánchez, líder do PSOE e atual presidente do governo espanhol, pede que sejam abertas negociações para evitar que o país fica numa situação ingovernável. A notícia é avançada pelo El Español.

No PSOE, a palavra de ordem tem sido “calma” e Sánchez e a sua equipa ministerial foram de férias, só prevendo regressar a Madrid (e dar início a negociações) a partir de 17 de agosto, dia em que se constitui o Congresso e o Senado.

No documento, que o jornal espanhol publica na íntegra, o PP diz ter esperado pelo fim da contagem do voto dos emigrantes para regressar ao assunto. Estes votos deram mais um deputado aos populares no círculo por Madrid, deixando o PSOE numa posição mais complicada no que toca a acordos.

Espanha. PSOE pede recontagem de votos em Madrid depois de o voto dos emigrantes dar mais um deputado ao PP

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“Reitero aqui a minha proposta de encontro com o propósito de estabelecer um diálogo responsável, em benefício da estabilidade política e institucional da Espanha, da confiança que nosso país deve inspirar e da resposta mais eficaz às incertezas e desafios que enfrentamos”, lê-se na carta enviada a Sánchez.

A complexidade que os resultados eleitorais podem acarretar, escreve Feijóo, não devem agravar as incertezas nem minar a confiança dos cidadãos na capacidade do sistema político e constitucional de garantir a melhor governação possível.

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“Estou convencido de que o diálogo que vos proponho, que não foge às marcadas diferenças que nos separam, responde a um sentimento amplamente alargado que vai para além das preferências eleitorais que os eleitores acabaram de manifestar. Como sabem, um fator contínuo de governabilidade e normalidade no nosso país ao longo de toda a sua trajetória democrática tem sido o reconhecimento de que a força política que vence as eleições gerais é a que deve governar”, acrescenta o líder dos populares.

A terminar, usa o mesmo tom da noite eleitoral, quando pediu ao PSOE que não bloqueasse um novo governo. “A Espanha não merece uma situação ingovernável e não podemos permitir um bloqueio num momento tão relevante para a nossa economia e as nossas instituições, em plena Presidência Espanhola do Conselho da União Europeia.”

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Depois da contagem do voto no estrangeiro, o PP ficou com 137 deputados e o PSOE com 122. A maioria necessária para governar sem precisar de acordos ou coligações são 176 assentos no parlamento, que é composto por 350 deputados.