A Comissão de Trabalhadores da Meo considerou esta segunda-feira que os resultados da Altice apresentam variações “positivas e satisfatórias”, mas lamentou que os respetivos reflexos não cheguem aos trabalhadores.

“As variações percentuais, face ao período homólogo, são bastante positivas e satisfatórias. Porém, importa lembrar que aos trabalhadores não chegam nem chegaram os reflexos dos resultados alcançados“, apontou, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores da Meo. Segundo a mesma nota, este ano, a maioria dos trabalhadores teve aumentos entre 2% e 3,5%, “abaixo do necessário e justo“.

As receitas da Altice Portugal cresceram 13% no primeiro semestre, face a igual período de 2022, para 1.417 milhões de euros e o investimento subiu 2,5%, divulgou esta segunda-feira a dona da Meo.

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No segundo trimestre, as receitas subiram 11,8%, em termos homólogos, para 718 milhões de euros, depois de ter registado receitas de 699 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que totaliza 1.417 milhões de euros no semestre.

No que se refere à “Operação Picoas”, a CT disse que o seu secretário, após ter conhecimento da mesma e da consequente suspensão de trabalhadores”, invocou o direito à informação e ao controlo de gestão e quis saber quais as empresas auditoras externas que iriam ser contratadas para liderar uma investigação interna à operação.

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“A nenhuma destas questões foi dada resposta à CT, pelo que estão a ser encetadas diligências para formalizar uma exposição à DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] e uma queixa na ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho], uma vez que a administração da Meo continua a sonegar à CT o que tem direito por lei”, acrescentou.

A “Operação Picoas”, desencadeada em 13 de julho, que levou a várias detenções — entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira —, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).

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Armando Pereira fundou a Altice com o multimilionário franco-israelita-português Patrick Drahi e foi conselheiro do CEO (presidente executivo) e da Comissão Executiva da Altice France. A CT da MEO garantiu que vai “até às últimas consequências” para apurar responsabilidades.

Patrick Drahi, fundador do grupo Altice, afirmou esta segunda-feira que “foi um choque e uma grande deceção” a investigação que envolve a Altice Portugal e sublinhou que se “essas alegações forem verdadeiras” vai sentir-se “traído e enganado”. Estas foram as primeiras declarações do maior acionista do grupo Altice, que falava numa call via online.

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