O líder parlamentar do Vox, Iván Espinosa de los Monteros, vai deixar o cargo e não fará parte do conjunto de deputados no próximo Congresso, muito embora tenha sido eleito nas últimas legislativas de julho.

A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal El Mundo esta terça-feira e depois confirmada pelo próprio, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas. Na declaração aos jornalistas, Iván Espinosa invocou “motivos pessoais e familiares”: “Os meus pais já não são tão jovens e os meus filhos ainda não são tão adultos.”

Mas a imprensa espanhola dá conta de que o líder parlamentar da extrema-direita espanhola ter-se-á afastado por motivos políticos. Fundador do Vox e uma das figuras de maior relevo dentro do partido, Espinosa terá comunicado a decisão ao líder Santiago Abascal numa conversa que durou mais de duas horas, segundo o El Mundo. Isto depois de quase não terem tido contacto ao longo dos últimos dois meses. “A relação deles limitou-se a algumas trocas de mensagens”, disse uma fonte do partido ao jornal espanhol.

O El País confirma também o afastamento, mas avança com motivações ideológicas. De acordo com fontes próximas do líder parlamentar, Espinosa considera que o setor ultracatólico do partido tem ganho maior relevância perante a liderança e que o tem tentado manter à margem das decisões, “perante a passividade de Abascal”.

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No Twitter, contudo, o líder do Vox despediu-se de Iván Espinosa com uma longa mensagem, onde reforçou que o agora ex-líder parlamentar continuará ligado ao Vox. “O partido mantém um militante de luxo que, tenho a certeza, ainda tem muito para contribuir”, escreveu Santiago Abascal. “De qualquer forma, muito obrigado pela tua entrega. Nada de adeus. Até breve.”