O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que preside atualmente à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), considera que a “diplomacia” é a “melhor via” para resolver a crise no Níger, disse esta terça-feira o seu porta-voz.

Tinubu e os dirigentes dos outros países da CEDEAO “preferem uma resolução por via diplomática, por meios pacíficos, em vez de qualquer outra”, acrescentou Ajuri Ngelale, especificando que esta posição se manteria “enquanto se aguarda qualquer outra resolução que possa ou não resultar da cimeira extraordinária” da organização, prevista para quinta-feira.

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Todas as vidas humanas contam e isso significa que todas as decisões tomadas pelo bloco (da África Ocidental) serão tomadas tendo em conta a paz, a estabilidade e o desenvolvimento não só da sub-região, mas também do continente africano“, afirmou, sem indicar se a opção de intervenção militar no Níger tinha sido abandonada.

A CEDEAO tinha ameaçado com uma eventual intervenção militar para restabelecer o Presidente Mohamed Bazoum, derrubado por um golpe de Estado em 26 de julho. Esta ameaça, sob a forma de um ultimato de sete dias dado aos militares golpistas nigerinos em 30 de julho pelos dirigentes da CEDEAO, não foi cumprida quando expirou no domingo à noite.

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Uma nova cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO sobre a situação no Níger está prevista para quinta-feira em Abuja, capital da Nigéria, que detém atualmente a presidência rotativa da organização regional.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse esta terça-feira que a diplomacia norte-americana ainda tem esperança de que o golpe de Estado no Níger chegue ao fim, mas continua “realista” quanto à situação.

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A tomada de posição norte-americana surge horas depois de se saber que a junta militar no poder no Níger recusou receber em Niamey uma delegação tripartida, que incluía representantes da CEDEAO, da União Africana e ONU. “Continuamos esperançados, mas também somos muito realistas“, declarou Matthew Miller.

A visita de segunda-feira a Niamey de uma alta dirigente do Departamento de Estado, Victoria Nuland, que se reuniu com os autores do golpe de Estado, não marcou qualquer progresso significativo na procura de uma solução diplomática.