Os prejuízos causados pelo incêndio que deflagrou no início de agosto no concelho de Castelo Branco ultrapassam 394 mil euros, verba que exclui os valores resultantes dos 1.203 hectares de área ardida, disse esta sexta-feira o presidente da Câmara.

“O relatório [de apuramento de danos provisórios] vai seguir para o Governo de modo que possamos ter aqui uma compensação e uma estratégia de recuperação das áreas ardidas”, disse esta sexta-feira, à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castelo Branco Leopoldo Rodrigues.

Incêndio de Castelo Branco entra em fase de resolução

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Segundo o relatório de apuramento de danos provisórios na área do município de Castelo Branco, resultantes do incêndio rural que teve início no Carrascal, no dia 4, foram atingidas áreas das freguesias de Sarzedas e de Santo André das Tojeiras, sendo esta última a mais afetada, com um total de 10 localidades a serem afetadas pelas chamas. Na freguesia de Sarzedas, foram atingidas duas localidades, Carrascal e Sobrainho da Ribeira.

Leopoldo Rodrigues referiu que o Serviço Municipal de Proteção Civil realizou três reuniões com a população e foi criada uma equipa multidisciplinar, que procurou obter os dados de todos os danos resultantes do incêndio, bem como aconselhar os habitantes das aldeias atingidas sobre os procedimentos a seguir, caso haja apoios de resposta aos prejuízos. “Vamos ver se temos da parte do Governo algum apoio”, disse.

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O autarca realçou ainda a importância das faixas de segurança existentes à volta das aldeias. “Tivemos várias localidades ameaçadas e constatámos a importância das faixas de segurança à volta das aldeias que permitiram a salvaguarda das pessoas e bens e evitaram males maiores”, sustentou Leopoldo Rodrigues.

De acordo com o relatório, o somatório dos danos apurados teve como base, o registo feito por 53 proprietários, sobretudo, da freguesia de Santo André das Tojeiras.

No total, na morte de animais, necessidade de reposição do capital produtivo em explorações agrícolas, danos em edificado e rede viária, o valor apurado é de 394.339 euros, montante que não inclui os 1.203 hectares de área ardida, dos quais cerca de 917 hectares são de pinheiro-bravo. O incêndio que deflagrou no dia 4, no concelho de Castelo Branco progrediu para o concelho de Proença-a-Nova e entrou em fase de resolução passados dois dias.

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Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os incêndios rurais registados em Odemira e Castelo Branco no início de agosto representam mais de metade do total de área ardida em Portugal em 2023.

Incêndios de Odemira e Castelo Branco representam mais de metade da área ardida em 2023

De acordo com as estatísticas mais recentes do ICNF, que contabilizam já a primeira quinzena de agosto, Portugal registou desde 1 de janeiro deste ano 27.802 hectares de área ardida e 6.085 incêndios rurais, o que se traduz no segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o quarto em termos de área ardida desde 2013.

O incêndio que deflagrou em São Teotónio, no concelho de Odemira, em 5 de agosto, é o maior registado em Portugal este ano ao consumir pelo menos 7.530 hectares de terreno, enquanto o fogo registado em Sarzedas, concelho de Castelo Branco, também este mês, levou a um total de 6.553 hectares de área ardida nos concelhos de Castelo Branco e de Proença-a-Nova.