O líder chinês, Xi Jinping, vai realizar uma visita de Estado à África do Sul e participar na cimeira do bloco de economias emergentes BRICS, na próxima semana, anunciou o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, nesta sexta-feira.

“A convite do Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o Presidente Xi Jinping vai participar na 15ª Cimeira dos BRICS, que se realiza em Joanesburgo, e fará uma visita de Estado à África do Sul, entre os dias 21 e 24 de agosto”, disse a porta-voz do ministério, Hua Chunying, em comunicado.

Xi visitou a África do Sul em 2018, para fortalecer os laços diplomáticos e económicos entre o seu país e o continente africano.

Trata-se da segunda deslocação de Xi ao exterior, este ano, após ter visitado a Rússia em março.

China, Brasil, Índia e África do Sul vão ser representados pelos respetivos chefes de Estado na cimeira dos BRICS, que decorre entre 22 e 24 de agosto. A Rússia, que também integra o bloco, vai estar representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

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O líder russo, Vladimir Putin, que está sob um mandado de prisão internacional, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, do qual a África do Sul é signatária, decidiu, no mês passado, não participar.

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Na agenda da cimeira de Joanesburgo deste ano está a possível ampliação dos BRICS.

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Vários países africanos manifestaram o desejo de ingressar no bloco, incluindo Argélia, Egito e Etiópia.

Um total de 69 países foram convidados para a cimeira, incluindo todos os estados africanos.

O bloco BRICS ganhou expressão em 2001, quando o economista Jim O’Neill, da Goldman Sachs, publicou um estudo intitulado “Building Better Global Economic BRICs”, sobre as grandes economias emergentes.

O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 e estabeleceu uma agenda focada na reforma da ordem internacional, visando maior protagonismo dos países emergentes em organizações como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. O bloco passou a incluir a África do Sul no ano seguinte.

Os BRICS ganharam renovada importância no contexto da imposição de sanções contra a Rússia, visando isolar o país do comércio internacional, na sequência da invasão da Ucrânia.

Na visão de Pequim e Moscovo, a ascensão dos BRICS ilustra a emergência de “um mundo multipolar”, expressão que concentra a persistente oposição dos dois países ao “hegemonismo” ocidental, e em particular dos Estados Unidos.