Durante vários meses, sobretudo na segunda metade da temporada após o Mundial do Qatar, Pep Guardiola  foi criticando o calendário competitivo mais denso de várias equipas incluindo o Manchester City. Ou seja, e mesmo percebendo que seria normal quem fosse mais longe das competições ter mais compromissos, achava que eram jogos a mais. “Não lembro exatamente o número de partidas que fiz mas tive uma conversa com o clube e com o treinador porque não é saudável. Que se faça isso durante uma temporada, mas, quando são duas ou três seguidas, pode ser pior para a equipa. Por isso, tenho que ter cuidado. Já falamos isso antes, não pode ser sempre assim”, alertou Rodri, que cumpriu um total de 56 encontros em 2022/23.

Na Grécia, as epopeias são decidas pela barra quando os deuses são teimosos (a crónica da Supertaça Europeia)

Agora, e apesar de estarmos ainda em agosto, o cenário não parece muito mais desanuviado para o campeão europeu e inglês que, em menos de duas semanas, fazia já o quarto jogo oficial e de novo com grau elevado de dificuldade: começou por perder nas grandes penalidades a Supertaça de Inglaterra frente ao Arsenal, bateu o Burnley por 3-0 no arranque da Premier League, conquistou nas grandes penalidades a Supertaça Europeia com o Sevilha e recebia agora no Etihad Stadium o Newcastle, formação de Eddie Howe que surpreendeu na última época com o quarto lugar e respetivo apuramento para os grupos da Champions.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

185 segundos para marcar, bis, outro recorde e um raspanete: City começa Premier a ganhar com Haaland em destaque

“Queremos continuar a competir mas agora temos um grande, grande problema. Não apenas por este jogo mas em geral, é o que é. Todos os treinadores diriam que gostavam de estar na minha posição mas reparem, viemos da Supertaça Europeia da Grécia, jogámos até às 22h, deitámo-nos às 4h da manhã depois de termos apanhado muito calor. Esta quinta-feira não treinámos, não era possível. Não temos tempo para preparar o jogo. Adorava ter mais um dia mas é o que é, mais um desafio. É também por isso que ganhamos, por irmos conseguindo superar estas adversidades. É isso que define as grandes equipas”, comentara Pep Guardiola na antecâmara da partida entre muitos elogios ao Newcastle, acrescentando ainda que John Stones e Bernardo Silva continuam lesionados e que Rúben Dias se mantinha em dúvida por questões físicas.

Com apenas duas contratações até ao momento (Gvardiol e Kovacic) e outras tantas saídas (Gündogan e Riyad Mahrez), tendo “abortado” a operação Lucas Paquetá após um problema com a alegada infração das regras das apostas por parte do brasileiro e tendo Laporte em vias de rumar ao Al Nassr, Guardiola tinha uma manta mais curta na receção aos magpies, que pouco nada mexeram no plantel (entraram Sandro Tonali e Harvey Barnes, saíram Saint-Maximin e Chris Wood) mas mostraram que mantêm a cadência da última época depois de começarem a Premier com uma goleada frente ao Aston Villa. Agora, no primeiro grande duelo do Newcastle, acabou por imperar a lei do mais forte com a vitória dos campeões.

Dentro do jogo mais físico que Eddie Howe colocou como imagem de marca desde que assumiu o comando dos magpies, o Manchester City foi tentando fazer o seu encontro mais em posse mas sem criar grandes oportunidades. Assim, tudo ficaria resolvido com um único golo de Julián Álvarez, a Aranha que na época passada se sagrou campeã mundial de seleções e europeia de equipas que fez o 1-0 com um fantástico remate que culminou uma grande jogada coletiva a passar por Kyle Walker, Kovacic e Foden (31′). Haaland ainda teve duas boas chances para marcar também mas a vantagem mínima acabaria por manter-se até ao final frente a um Newcastle a quem faltaram 20 metros para ter outra capacidade de discutir o encontro e dar razão a alguns analistas que começam a colocar a equipa como uma potencial candidata ao título inglês.