Lucy Letby, a enfermeira britânica que matou sete bebés e tentou assassinar outros seis entre 2015 e 2016, foi condenada esta segunda-feira a prisão perpétua. A arguida, de 33 anos, recusou-se a estar presente na leitura da sentença para não ter de enfrentar as famílias das vítimas. “Deve passar o resto da sua vida na prisão”, declarou o juiz. “Havia uma profunda malícia que roçava o sadismo nos seus atos.”

“Ao longo de um período de 13 meses, matou sete bebés frágeis e tentou matar outros seis”, declarou o juiz. “Algumas das vítimas tinham apenas um dia ou poucos dias de vida. Todas eram extremamente frágeis.”

“Vai passar o resto da vida na prisão”, disse o juiz Goss, que notou durante a leitura da sentença que Letby “não demonstrou remorsos” ao longo do julgamento.

“Agiu de forma que é totalmente contraditória com os instintos humanos de cuidar e acarinhar os bebés”, declarou o juiz Goss, no tribunal de Manchester. Letby foi considerada culpada pela morte de sete bebés — cinco rapazes e duas meninas —, a quem terá injetado ar deliberadamente e insulina quando trabalhava na unidade neonatal do Hospital Countess of Chester.

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A mulher, que na altura dos crimes tinha 25 e 26 anos, teria também como alvos preferenciais gémeos e até trigémeos, considerou o juiz. Aos olhos do juiz, Letby tinha claras “intenções de matar” os bebés. A enfermeira é a terceira mulher na história de Inglaterra a ser condenada a prisão perpétua, nota o jornal Guardian. 

Enfermeira britânica considerada culpada pela morte de sete bebés entre 2015 e 2016

Os crimes chocaram Inglaterra. A leitura da sentença foi transmitida pelos canais de televisão mas, uma vez que as famílias têm direito a anonimato, foram bloqueados os momentos em que foram mencionadas as identidades ou pormenores sobre as crianças.

Ao longo da leitura da sentença, o juiz Goss considerou que o “impacto dos crimes foi imenso”, lembrando que “pais carinhosos foram roubados dos seus filhos”.

A investigação pela morte das crianças começou em maio de 2017, após a publicação de um relatório que dava conta de mortes “inesperadas” e “inexplicáveis”, desde junho de 2015, na unidade neonatal do hospital onde Letby trabalhava. Durante a investigação, a enfermeira foi detida por três vezes — uma em 2018, outra em 2019 e, mais recentemente, em 2020 — por suspeita de ligação a estes crimes.