O Partido Popular (PP) não perde tempo para reunir os apoios necessários para formar uma maioria absoluta no Congresso dos Deputados, após o Rei Felipe VI ter confiado a Alberto Núñez Feijóo a responsabilidade de tentar formar governo. Os dirigentes populares garantiram, esta quarta-feira, que vão tentar negociar um acordo com praticamente “todas forças políticas”, incluindo o Junts Per Catalunya — o partido fundado por Carles Puigdemont. Fora das contas do PP fica, no entanto, a coligação basca Eh Bildu.

Numa entrevista à rádio Onda Cero, o secretário institucional do PP, Esteban González Pons, manifestou a disponibilidade do partido em negociar com praticamente todas as forças partidárias. Sobre o Junts, o responsável popular lembrou que a legalidade daquele partido “não está em dúvida”. “É um grupo parlamentar que vai mais além das ações que quatro, cinco, dez pessoas levaram a cabo. Representam um partido cuja tradição e legalidade não está em causa.”

Ainda assim, Esteban González Pons ressalvou que o PP respeita a Constituição — e que nunca desrespeitará a lei máxima espanhola. “Vamos ouvir as motivações de todos e vamos pôr em cima da mesa o nosso programa, mas temos limites, limites constitucionais”, afirmou o responsável, vaticinando que será “difícil” para Alberto Núñez Feijóo conseguir um acordo com o Junts.

Esteban González Pons argumentou que o PP não está disposto a ceder às exigências de autodeterminação de Carles Puigdemont, ao contrário do que faz o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez: “Ele é capaz de despedaçar o Estado espanhol e vendê-lo para comprar uma investidura”. 

Neste momento, o Partido Popular conta com o apoio de 172 deputados (os 137 do PP, os 33 do VOX, um da Coalición Canária e outro do UPN), a quatro de uma maioria absoluta. Se conseguisse obter o respaldo (ou mesmo a abstenção) dos sete parlamentares do Junts, Alberto Núñez Feijóo conseguiria uma investidura bem-sucedida e seria o próximo chefe do governo espanhol.

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