Hartwig Fischer demitiu-se esta sexta-feira da direção do British Museum, em Londres, com efeitos imediatos, noticiam vários meios internacionais como o The Guardian. Fischer estava no cargo desde 2016 e sai na sequência de roubos por parte de um funcionário da instituição, que terá vendido várias obras no Ebay. Museu foi informado do caso há três anos, mas só demitiu o funcionário no início deste ano.
“Nos últimos dias, tenho analisado em detalhe os eventos em torno dos roubos no Museu Britânico e a respetiva investigação. É evidente que o Museu Britânico não respondeu como deveria em relação às advertências em 2021 e ao problema que agora se revelou completamente”, disse Hartwig Fischer em comunicado.
“A responsabilidade deve recair sobre o diretor”, sublinhou. “Pus o meu lugar à disposição perante o conselho de administração e vou sair assim que o conselho encontre um diretor interino. Isso permanecerá em vigor até que um novo diretor seja escolhido.”
Fischer já estava de saída do British Museum. Há um mês, a 28 de julho, anunciou que sairia em 2024, depois de oito anos no cargo, mas fá-lo-ia numa “transição suave” — a divulgação do caso do roubo das peças acabaria por antecipar a data prevista.
Funcionário de British Museum vendia obras no Ebay. Museu sabia há três anos
Este mês, o British Museum (Museu Britânico), anunciou ter despedido um dos seus funcionários após o roubo de peças, entre as quais “joias de ouro, pedras semipreciosas e vidro datadas do século XV a.C. ao século XIX d.C.” Mas o caso tinha contornos mais caricatos: uma reportagem do jornal The Telegraph adiantava que o museu britânico tinha sido informado há três anos que algumas das peças do seu espólio estariam a ser vendidas no Ebay. Os roubos aconteceriam desde, pelo menos, 2016.
A instituição terá sido alertada em 2o20 para o caso, mas não agiu até ao início desde ano, quando se soube que o funcionário em questão foi demitido. A imprensa britânica identifica o autor dos roubos como sendo um dos curadores séniores do museu, Peter Higgs.
