“Foi um jogo extremamente importante para nós. É a nossa primeira vitória [na Liga] e sabíamos que era importante ganhar. Estou muito feliz por ter marcado e por a equipa ter jogado bem mas o mais importante é a equipa ter começado a ganhar. Estamos a melhorar, jogo após jogo, os jogadores novos vêm dar mais qualidade. Eu, o Sadio Mané e o Ghareeb fizemos um excelente jogo na frente mas o mais importante foi que a equipa toda, jogou muito bem. Estou feliz por estar aqui na Arábia, as pessoas recebem-me muito bem, o futebol está a evoluir, estão a vir jogadores de muita qualidade para cá e acho que esta Liga vai ficar entre o top do mundo. Passo a passo o caminho está a ser feito e estou muito feliz”, dizia Ronaldo após o último jogo.

Até o calcanhar é útil para alguém sem defeitos: Cristiano Ronaldo faz hat-trick e dá a primeira vitória ao Al Nassr no campeonato

Quando chegou a Riade para reforçar o Al Nassr, o avançado português falou sempre na capacidade que via na Arábia Saudita em ter uma das provas mais competitivas em termos mundiais. Depois, quando se olhava para os encontros, muitas vezes não se percebia o porquê. Agora, entre muitos milhões investidos, a resposta está dada: a compra dos quatro principais clubes pelo Fundo Soberano do país criou as condições mais do que suficientes para contratações milionárias que se julgavam impossíveis, as outras equipas também foram a mercados um pouco mais competitivos, a qualidade dos candidatos ao título e do Campeonato em si teve obrigatoriamente de subir o nível. No entanto, não foi isso que abrandou o rendimento de CR7.

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Em termos coletivos nem tudo foi perfeito para a formação agora comandada por Luís Castro, que depois da conquista da Taça dos Campeões Árabes frente ao Al Hilal de Jorge Jesus no prolongamento teve logo duas derrotas a abrir a Liga antes de uma sofrida passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões asiática numa partida que perdia por 2-1 aos 88′ (virou no final para 4-2). No entanto, e dentro desse contexto, o último encontro com o Al Fateh trouxe a redenção com uma goleada por 5-0 fora que permitiu não perder mais terreno para Al-Ittihad, Al Ahli e Al Hilal. Ronaldo, entre uma assistência para Sadio Mané (que bisou), voltou a marcar um hat-trick. E, com isso, voltou à impressionante média de um golo por jogo.

Antes da receção ao Al-Shabab de Marcel Keizer, antigo técnico do Sporting que conta com Ever Banega, Cuellar ou o guarda-redes sul-coreano Kim Seung-gyu na equipa, Ronaldo levava nove golos noutros tantos jogos. Agora, até superou. E com mais um bis e um passe “de morte” para Sadio Mané, o português não só contribuiu para outro triunfo confortável do Al Nassr como subiu à lista dos melhores marcadores e igualou o maior número de assistências, ficando apenas a um golo de chegar aos 850 na carreira numa temporada onde soma até ao momento 11 golos em dez partidas oficiais realizadas até ao momento.

Ao contrário do que acontecera noutras partidas, o Al Nassr teve uma entrada dominadora e assumiu desde cedo o controlo da partida sem que o Al-Shabab conseguisse criar qualquer situação de perigo. Aliás, essa a principal diferença no conjunto de Riade com o passar das semanas: mesmo sem Fofana, que é um pulmão no meio-campo, as chegadas de Brozovic e Otávio, a par da contratação de Laporte para o centro da defesa, estabilizaram a equipa a nível de transições pela inteligência na ocupação de espaços, o que permite também que Ronaldo, Mané e Ghareeb tenham outro conforto nos lances ofensivos e na reação à perda. Assim, foi de forma natural que a equipa da casa passou para a frente, com Ronaldo a inaugurar o marcador de penálti (13′), a ver um golo anulado na sequência de um canto por falta muito forçada (18′), a bisar em nova grande penalidade após sofrer falta de Cuellar na área (38′) e a fazer a assistência para Sadio Mané marcar o 3-0 (41′). O intervalo chegava com a vitória mais do que encaminhada para o Al-Nassr.

O segundo tempo teve menos motivos de interesse e a própria velocidade com que se baixou foi caindo com o passar dos minutos. Ainda assim, e entre o domínio total do Al Nassr, Ronaldo teve um remate que saiu muito perto do poste após assistência de Otávio (59′), ofereceu depois uma grande penalidade a Ghareeb por corte com a mão do ex-central do Moreirense Iago Santos mas o remate saiu ao poste (63′) e viu mais um golo anulado por fora de jogo, de novo com assistência de Otávio (67′). Banega também seria expulso com vermelho direto, o que iria aumentar os problemas do Al-Shabab e proporcionar mais espaços para o Al Nassr avançar linhas. Assim, Al Ghanam, na recarga após um cabeceamento de Ronaldo que bateu no poste, aumentou de forma natural a vantagem para 4-0 na área e fechou o resultado final do encontro (80′).