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Esta quarta-feira fica marcada por um novo ataque russo a Kiev, o pior na capital ucraniana nos últimos meses. Duas pessoas morreram e pelo menos duas ficaram feridas na sequência de uma operação com drones e mísseis durante a madrugada em Kiev, que resultou na queda de parte de um dos drones (aparentemente após ser abatido) num edifício com civis.

Ao todo, durante esta madrugada, a Rússia terá disparado 28 mísseis e 16 drones contra o território da Ucrânia, de acordo com o comando militar ucraniano.

Em sentido inverso, várias regiões da Rússia foram atacadas por drones ucranianos, também durante a madrugada. Pelo menos dois aviões de transporte militar Ilyushin 76 terão ficado destruídos por drones na base aérea em Pskov, no noroeste da Rússia, a cerca de 60 quilómetros da fronteira com a Estónia, e outro dois foram danificados. Terão ainda sido abatidos drones sobre as regiões de Moscovo, Oryol, Bryansk, Ryazan e Kaluga, naquele que já está a ser descrito pelos media como o maior ataque com drones em solo russo desde o início da guerra.

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Ataque russo a Kiev: “Os humanos não fazem estas coisas”

Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam o 553.º dia da invasão:

O que se passou durante a tarde e a noite?

  • Um míssil de cruzeiro foi abatido sobre a Crimeia, afirmou o líder pró-russo da península, numa publicação no Telegram;
  • Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, foi entrevistado pelo ex-apresentador e comentador político da FOX News Tucker Carlson, onde defendeu que apenas um regresso de Donald Trump à Presidência dos EUA pode acabar com a guerra. “Tragam o Trump de volta, é a única forma”, disse;
  • Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, partilhou esta quarta-feira no X (antigo Twitter) várias fotografias do encontro que teve em Paris com o Presidente Emmanuel Macron. Kuleba disse que a recaptura da cidade de Robotyne, reivindicada por Kiev, pode abrir um caminho rumo à Crimeia;

  • Os EUA assumiram estar cada vez mais preocupados com o estreitar de relações entre Rússia e Coreia do Norte, em particular com eventuais negociações de armamento entre os dois países;
  • O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, disse que a recaptura da cidade de Robotyne, reivindicada por Kiev, abre caminho à contraofensiva ucraniana em direção ao sul ocupado da Ucrânia e à Crimeia anexada pela Rússia;
  • O grupo Wagner deverá continuar ativo em África. A convicção é de Josep Borrell, o chefe da diplomacia da União Europeia, que considerou que a organização mercenária continua a ser útil enquanto “braço armado” da Rússia;
  • Ramzan Kadyrov, líder da Chechénia e um aliado próximo de Vladimir Putin, garantiu estar “disposto a morrer” por Vladimir Putinr, em resposta boatos recentes de que poderá ter a vida em risco no seguimento da morte de Yevgeny Prigozhin;
  • Um novo relatório da União Europeia considera que redes sociais como o TikTok ou o X (antigo Twitter) não fizeram o suficiente para combater a desinformação russa nas suas plataformas durante o primeiro ano da guerra;
  • O Presidente ucraniano esteve reunido em sede do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, onde o tema da corrupção nas comissões médicas militares esteve em destaque;
  • Yuri Kokhovets, cidadão russo de 37 anos detido por criticar a invasão russa da Ucrânia numa entrevista televisiva, pode vir a ser condenado a 10 anos de prisão pela justiça russa, pelo do crime de difusão de informações falsas sobre o exército, motivado por “ódio político”;
  • O Papa Francisco enviou, a título pessoal, dois camiões carregados com mantimentos para a Ucrânia;
  • A associação Frente cívica acusou o governo português de não ter feito “qualquer esforço” desde o início da guerra para aplicar as sanções definidas pela União Europeia, nomeadamente quanto aos bens de oligarcas russos.

“Quero estudar sem medo de ataques terroristas”

O que se passou durante a manhã?

  • Mykhailo Podolyak, conselheiro de Volodymyr Zelensky, recorreu ao X (antigo Twitter) para acusar a Rússia de, com o ataque desta madrugada a Kiev, ter visado “deliberadamente a população civil”;
  • Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse que a vaga de ataques com drones desta madrugada “não ficará impune”;
  • O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov vai receber esta quinta e sexta-feira o homólogo turco para dois dias de conversações, onde deverá ser discutido o fim do acordo dos cereais;
  • A Rússia informou a autoridade brasileira de investigação aeronáutica que, pelo menos “neste momento”, não tenciona investigar a queda do avião que provocou a morte de Yevgeny Prigozhin. Nas horas que se seguiram ao funeral do líder do grupo Wagner, várias pessoas deslocaram-se em romaria ao cemitério onde Prigozhin foi sepultado para homenagear o chefe mercenário;
  • A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, disse que Portugal está disponível para dar formação na área da desminagem a sapadores e mergulhadores ucranianos, mas a Ucrânia ainda não formalizou o pedido.

Ucrânia. Frente cívica acusa Governo de não fazer “qualquer esforço” para aplicar sanções a russos