O Presidente da República evocou este domingo o seu antecessor Jorge Sampaio, quando passam dois anos da sua morte, também a propósito da próxima reunião do Grupo de Arraiolos, uma iniciativa lançada pelo antigo chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa fez publicar uma nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet em que recorda Jorge Sampaio “no segundo aniversário da sua partida, a 10 de setembro de 2021, e quando se ultimam os preparativos para a reunião do Grupo de Arraiolos, no Porto, a 5 e 6 de outubro, com 16 chefes de Estado”.

“O Presidente da República evoca o Presidente Jorge Sampaio, que criou este grupo há 20 anos, naquela localidade alentejana, assim promovendo e reforçando o diálogo ao mais alto nível entre líderes europeus, e que nos deixou uma recordação e memória indeléveis de dedicação notável à causa pública e ao mais elevado magistério de Portugal”, lê-se na nota.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu a 10 de setembro de 2021, aos 81 anos.

Quando lhe prestou homenagem, nas cerimónias fúnebres que tiveram lugar no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu Jorge Sampaio como alguém que “amou Portugal pela fragilidade” e “não pela força” e que “nunca quis ser herói, mas foi”.

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Nascido em Lisboa, em 18 de setembro de 1939, Jorge Fernando Branco de Sampaio morreu no Hospital de Santa Cruz, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, onde estava internado desde 27 de agosto de 2021, na sequência de dificuldades respiratórias.

Jorge Sampaio foi um dos protagonistas da crise académica do início dos anos de 1960, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, e como advogado defendeu presos políticos durante a ditadura.

Depois do 25 de Abril de 1974, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Enquanto Presidente da República, promoveu em 2003 um encontro na vila alentejana de Arraiolos para discutir o futuro da União Europeia com um conjunto de chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus, sem funções executivas. Desde então, os encontros informais do chamado Grupo de Arraiolos têm tido periodicidade anual.

Após a passagem pela Presidência da República, Sampaio foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Presidia à Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios, que fundou em 2013 para ajudar a responder à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.