Uma vítima respondeu a um anúncio de um quarto e acabou por ter um desagradável encontro com o suposto filho da senhoria. Outra combinou uma entrevista de emprego perto do Parque Urbano da Ameixoeira, em Lisboa, tendo sido também surpreendida pelo “filho” empregadora. Ambas acabaram por ser violadas numa zona descampada, mas a combinação dos seus testemunhos ajudou a identificar o suspeito.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na tarde desta quinta-feira, um homem suspeito de violar várias mulheres no bairro lisboeta. Em comunicado, a PJ disse ter “identificado e localizado” o homem de 30 anos, que atraía as vítimas com anúncios online de quartos para arrendar e de empregos, fazendo-se passar por uma mulher, e depois cometia o crime em locais isolados, com recurso a uma arma branca.

Foi o que aconteceu no passado domingo, com uma jovem de 21 anos, cuja queixa terá ajudado a PJ a chegar ao suspeito. Depois de trocar diversas mensagens com a suposta empregadora, através das redes sociais, esta disse estar interessada no trabalho e disponibilizou-se a agendar uma entrevista.

Desta forma, foi informada pela própria de que devia encontrar-se com o seu filho por volta das 12 horas, perto do Parque Urbano da Ameixoeira, que depois a encaminharia até ela. Já no local, o homem levou-a para uma zona descampada, onde “sacou de uma faca” e a obrigou a “práticas sexuais contra a sua vontade”, explicou o Jornal de Notícias, na passada segunda-feira.

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Após ter cometido a violação, o homem fugiu do local e abandonou a vítima. Esta acabou por ser “assistida pelos bombeiros e encaminhada para a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, para realização de perícias fundamentais à investigação”.

Segundo a PJ, “os elementos de prova permitiram fazer a conexão deste caso com outra situação de violação, ocorrida em meados de agosto passado, em que o autor conseguiu chegar à vitima através de esquema fraudulento semelhante”. No entanto, esta jovem, de 22 anos, não deu tantos detalhes do suspeito, tendo dito apenas que respondeu ao anúncio de um quarto na Internet e que chegou a trocar algumas mensagens com a suposta senhoria, sobre os valores e as condições, até esta sugerir um encontro.

Nessa altura, combinou um local junto da habitação com as mesmas características do crime que aconteceu na última semana — isolado e descampado —, tendo depois usado o seu modus operandi para cometer o crime.

A PJ avançou que “para o desenvolvimento da investigação foi fundamental a intervenção pericial do Laboratório de Polícia Cientifica da PJ, designadamente na recolha, análise, comparação e identificação célere, dos vestígios biológicos”.

O suspeito foi detido na passada quinta-feira, tendo sido “presente a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo-lhe sido aplicada a medida de prisão preventiva”.