O 586.º dia desde o início da guerra está a ser marcado por uma reunião da diplomacia europeia em Kiev, a primeira vez que tal acontece em território fora da União Europeia – e que coincide igualmente com as eleições na Eslováquia que deram a vitória a um partido pró-Rússia.

Foi também revelado que o filho de Yevegny Prigozhin pode vir a suceder ao pai na liderança do grupo Wagner.

Pavel Prigozhin. O herdeiro milionário de 25 anos que pode tornar-se o próximo líder do grupo Wagner

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O que aconteceu durante a manhã?

  • O think tank norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla original) diz que o filho de Yevegny Prigozhin, Pavel Prigozhin, de 25 anos, pode estar a tentar assumir o controlo do grupo Wagner.
  • Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão reunidos esta segunda-feira em Kiev, num encontro “histórico” por ser a primeira vez que uma reunião do género se realiza fora da União. Em cima da mesa está a análise do plano de Volodymyr Zelensky para a paz.
  • Um dos tema incontornáveis das perguntas aos ministros foram as eleições na Eslováquia que deram a vitória a um partido pró-Rússia. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitry Kuleba, desdramatizou e disse que “ainda é cedo” para avaliar como é que os resultados eleitorais vão influenciar o apoio a Kiev.
  • Já o ministro português João Gomes Cravinho não acredita que as eleições na Eslováquia venham a mudar a posição da UE no que toca à Ucrânia.
  • Outro tema na ordem do dia foi a exclusão da ajuda financeira à Ucrânia do orçamento dos EUA. Dmitry Kuleba espera que a votação se tenha tratado de um “incidente” e assegura que Kiev tem em curso uma “discussão profunda” com o Congresso. “Acredito que vamos encontrar as soluções necessárias”, afirmou.
  • A mesma postura teve Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, que espera que o Congresso reconsidere a decisão.
  • Vários países já reafirmaram o apoio à Ucrânia. Além de Portugal, um deles foi o Reino Unido, que assegura essa ajuda “independentemente do que possa acontecer noutros locais”.
  • A Rússia já veio dizer que o travão ao financiamento à Ucrânia não muda, na prática, o apoio dado pelos EUA. “É só ruído”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Ryabkov.
  • Também o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, defendeu que não espera que os EUA diminuam o apoio à Ucrânia.
  • É uma autêntica guerra de memes: Elon Musk ridicularizou Volodymyr Zelensky numa publicação na rede social X, mas o Parlamento ucraniano não o deixou sem resposta. Acusou o magnata de fazer propaganda pela Rússia, mas o post acabou por ser apagado.
  • A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, disse hoje que espera ver uma União Europeia que vá “desde Lisboa até Lugansk”.

O que aconteceu durante a tarde e início da noite?

  • O dia ficou marcado pelo encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE que teve lugar em Kiev, esta segunda-feira.
  • O Presidente ucraniano falou aos ministros europeus em Kiev para defender que a vitória da Ucrânia depende da cooperação com a União Europeia, à qual o país tenta juntar-se — para isso, Zelensky disse esperar cumprir uma série de critérios.
  • O governo eslovaco em funções acusou a Rússia de “interferência eleitoral” nas eleições que tiveram lugar no passado sábado.
  • Embaixada da Rússia responde às acusações eslovacas. “Recusamos por completo as acusações inventadas sobre o processo eleitoral na Eslováquia.”
  • Josep Borrell, responsável pela diplomacia da União Europeia presente na reunião em Kiev, propôs “um novo envelope bilateral multianual” no valor de cinco mil milhões de euros apenas para o próximo ano e disse que encontro envia uma “uma mensagem forte de apoio” à Ucrânia.
  • Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse que já houve um “consenso na mesa das negociações” sobre adesão da Ucrânia.
  • O Pentágono enviou uma carta ao Congresso norte-americano, na passada sexta-feira, a alertar de que está a ficar sem fundos para substituir as armas enviadas para a Ucrânia.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reagiu sobre comentários de Moscovo sobre “o cansaço” ocidental no apoio à Ucrânia, dizendo que a Rússia “dedica uma enorme quantidade de recursos” a criar divisões entre os aliados de Kiev.
  • A Rússia pode estar a planear — ou já ter feito — um teste com um míssil nuclear, numa base no Ártico, segundo avançou o New York Times.
  • O governador do banco central ucraniano, Andriy Pyshnyi, disse hoje que a estabilidade financeira do país atingiu um “máximo histórico”, apesar da invasão russa.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estiveram reunidos para debater “rotas alternativas” para a exportação dos cereais ucranianos.
  • O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, criticou hoje o apoio dos Estados Unidos da América (EUA) à Ucrânia, ao invés de ajudar os países da América Central e às Caraíbas, que estão a ser pressionados pela migração.
  • A Casa Branca garantiu hoje que a ajuda dos EUA à Ucrânia será mantida “enquanto for necessário”, apesar da lei para a prorrogação do financiamento do Governo por 45 dias, aprovada no sábado, não incluir um aumento desse apoio.
  • No mesmo dia em que a Alemanha enviou um stock de armamento para a Ucrânia, contendo equipamentos para os tanques Leopard, o ministro da Economia afirmou que o país mais do que quadruplicou o equipamento militar este ano.
  • O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, afirmou hoje que “espera plenamente” que o presidente da Câmara dos Representantes do Senado, Kevin McCarthy, e uma maioria de republicanos aprovem o novo financiamento à Ucrânia.
  • No seu discurso diário, Volodymyr Zelensky, manifestou hoje o seu contentamento pela reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia em Kiev, revelou que a plena adesão da Ucrânia à UE foi o tema central do encontro e mostrou o seu otimismo.