Pelo menos 320 pessoas morreram este sábado, após cinco sismos consecutivos, de magnitude até 6,3 na escala de Richter, abalarem o oeste do Afeganistão, garantiu a Organização das Nações Unidas (ONU), citado pelo The Guardian.

Segundo Instituto de Geofísica dos EUA (USGS), o maior abalo ocorreu às 12h11 locais (mais quatro horas do que em Portugal), a uma profundidade de 14 quilómetros e a 33 quilómetros da cidade de Zindah Jan, localizada na província de Herat, no oeste do Afeganistão. Seguiram-se quatro réplicas consecutivas de 5,5; 4,7; 6,3; e 5,9, respetivamente, no espaço de uma hora.

Nas primeiras horas tinham-se registado 15 vítimas e 78 feridos. No entanto, o número de mortos já subiu para 32o, não havendo novos dados em relação aos feridos.

O USGS avisou imediatamente que era “provável” que houvesse “um número significativo de vítimas” e que o “desastre fosse potencialmente generalizado”. “Acontecimentos anteriores, com o mesmo nível de alerta, exigiram uma resposta regional e nacional”, garantiu.

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“Todas as pessoas saíram de casa. As residências, os escritório e as lojas estão todos vazios, porque teme-se que haja mais terramotos”, disse um cidadão afegão à AFP, citado pelo mesmo jornal britânico.

“Não consigo contactar a minha família, porque as ligações estão cortadas”, revelou outro, recordando o momento em que ocorreu o sismo mais intenso. “As paredes começaram a estilhaçar e a cair e os edifícios a desmoronar-se. Estou demasiado preocupado e assustado. Foi horrível”.

O governo talibã, que assumiu o poder em 2021, ainda não reagiu publicamente aos sismos que devastaram as aldeias de Farah e Badghis.

O Afeganistão é um país com elevada presença sísmica, nomeadamente na cordilheira Hindu Kush, por estar próxima do choque das placas tectónicas euro-asiática e indiana. O maior terramoto das últimas duas décadas na região ocorreu em junho de 2022, matando, pelo menos, mil pessoas e ferindo cerca de 1.500.