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Na últimas horas, surgiram novos relatos que dão conta de um possível ataque a um importante gasoduto para a cadeia de abastecimento europeia — o Balticconector, um gasoduto subaquático que vai desde a Finlândia até à Estónia.

De acordo com o governo finlandês, uma queda abrupta na pressão do gasoduto, resultado de um fuga, foi detetada durante a madrugada de domingo. Esta terça-feira, durante uma conferência de imprensa, o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, confirmou o incidente, adiantando que, de acordo com as informações a que o governo teve acesso até ao momento, a fuga de gás parece ter sido causada por “ação externa”.

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A notícia foi inicialmente avançada durante a manhã desta terça-feira pelo jornal finlandês Iltalehti. De acordo com o periódico, fontes do governo do país estão convictas de que o caso “não foi um acidente”, com vários oficiais finlandeses a acreditarem que a Rússia estará por trás do alegado ataque à estrutura, que liga dois países da NATO.

Na conferência de imprensa, Orpo não apontou o dedo a Moscovo, não acusando diretamente qualquer ator pelo aparente ataque. “É demasiado cedo para tirar conclusões sobre quem ou o que é que causou os danos”, disse, garantindo que o governo continua a monitorizar a situação e que uma investigação às causas do incidente está neste momento “em fase inicial”.

Opro aproveitou ainda para tranquilizar os finlandeses, garantindo que o ataque não colocou em causa a capacidade de abastecimento do país, ou a sua ligação à rede europeia.

É provável que as reparações ao gasoduto possam demorar meses a estarem concluídas. Entretanto, e enquanto a investigação decorre, a NATO já terá manifestado a sua disponibilidade em auxiliar a Finlândia a apurar as causa do alegado ataque.

“A investigação vai continuar em cooperação entre a Finlândia e a Estónia. Estamos também em contacto permanente com os nosso aliados e parceiros”, disse o Presidente da Finlândia Sauli Niinistö. “Falei com o secretário-geral Jens Stoltenberg hoje. A NATO está pronta para auxiliar com a investigação”, acrescentou, citado pelo The Guardian.

A Finlândia, recorde-se, aderiu à aliança atlântica em abril deste ano, depois de se ter candidatado como consequência direta da invasão da Ucrânia pela Rússia. Já a Estónia é membro da NATO desde 2004.

Para já, a notícia teve como consequência imediata o aumento do preço do gás em alguns países. É o caso do Reino Unido onde, de acordo com a Sky News, pouco depois de o incidente ter sido tornado público, o preço do gás aumentou 12,7%, o valor mais alto das últimas duas semanas no país.

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Esta não é a primeira vez que a Rússia é alvo de suspeitas de um aparente ataque a um gasoduto europeu. Há cerca de um ano, uma série de explosões no NordStream 1 e 2, situado no Báltico e que transporta gás desde a Rússia até à Alemanha, provocou um incidente internacional, e levou a acusações de que Moscovo estaria por trás do sucedido.

A Rússia sempre negou as acusações e, já em 2023, notícias de vários meios internacionais deram conta de que um grupo pró-ucraniano podia estar por trás daquele ataque.