Emoções à parte, a verdade é que continuamos a falar de futebol — e em termos práticos, esta terça-feira e contra o Real Madrid, o Sp. Braga perdeu. Contudo, também em termos práticos e contra o Real Madrid, o Sp. Braga marcou um golo, criou várias oportunidades e só não empatou por falta de eficácia, anulando o universo de disparidade entre as duas equipas. E isso, embora pareça, não é apenas uma vitória moral.

Estes guerreiros caem, mas caem sempre de pé. Mesmo contra quem tem coroa (a crónica do Sp. Braga-Real Madrid)

Os minhotos somaram a segunda derrota em três jornadas na fase de grupos da Liga dos Campeões, tendo carimbado um triunfo contra o Union Berlin, e estão agora mais na corrida pela repescagem para a Liga Europa do que propriamente pelo apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Álvaro Djaló marcou o golo da equipa de Artur Jorge contra os merengues, somando já oito em quatro competições distintas na atual temporada, e não esqueceu a atitude do Sp. Braga contra os 14 vezes campeões europeus.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estivemos bem no jogo, trabalhámos bem coletivamente e não nos rendemos até ao fim. Estou muito feliz pelo desempenho da equipa, temos vindo a trabalhar diariamente para estes resultados. Enfrentámos o maior clube desta competição, olhos nos olhos, sem medo e sem piedade”, explicou o avançado espanhol, numa opinião sublinhada pelo capitão Ricardo Horta.

“Saímos com o sentimento de que era possível fazer mais. Defrontámos uma equipa extremamente talentosa, com muita qualidade. Parecia que tínhamos começado bem, mas eles numa oportunidade fizeram um golo. Na segunda parte também estávamos melhor e surge o segundo golo. Levar dois golos assim, de uma equipa destas, torna tudo mais difícil. Mas acho que fizemos um jogo de muita qualidade. Fomos algo precipitados, por vezes, devíamos ter tido mais bola, era isso que iria perturbá-los mais. Como já tinha dito antes, vamos bater-nos de frente contra qualquer equipa”, atirou o internacional português.

E também Artur Jorge, naturalmente, sublinhou as conclusões positivas do jogo. “Merecíamos mais, por tudo aquilo que fizemos. A equipa esteve muito bem, os jogadores tiveram um compromisso tremendo e estou muito, muito orgulhoso do que fizeram frente a uma belíssima equipa, extremamente forte. Dividimos o jogo, na maior parte do tempo. Se tivéssemos sido mais eficazes o resultado teria sido outro, ficámos com um resultado amargo. Mas como treinador, como bracarense, estou orgulhoso da forma corajosa como a equipa se bateu nos 90 minutos e acabo o jogo de sorriso na face porque fiquei muito satisfeito com o que fomos capazes de fazer”, começou por dizer o treinador minhoto.

“Mais do que uma lição no jogo, podemos olhar para dentro e estar orgulhosos do que fizemos. Os jogadores entregaram-se de corpo e alma à missão e o que retiro dos 90 minutos é a grande exibição do Sp. Braga, com um resultado que não queríamos. Tinha dito antes do jogo que o respeito pelo adversário não nos tirava ambição e saio daqui de consciência tranquila, os meus jogadores deram tudo aquilo que tinham”, terminou.