A Proteção Civil lançou um aviso à população para chuva “forte e persistente”, vento forte e agitação marítima nas próximas 24 horas, em especial nas regiões norte e centro. Viana do Castelo esteve  sob aviso vermelho das 5h às 9h. Há sete distritos sob alerta laranja (Braga e Vila Real até às 9h00, Porto até às 12h00  e Viseu, Guarda, Aveiro e Coimbra até às 15h00). E dois a amarelo (Leiria e Castelo Branco, ambos até às 15h00).

As zonas mais afetadas vão ser atravessadas por uma massa de ar muito húmido, conhecido como rio atmosférico, que pode fazer com que chova muito, num curto período de tempo, num mesmo local. A culpa é, curiosamente, de um furacão longínquo, que se aproxima agora das Caraíbas: o Tammy criou uma frente nublosa, com uma grande quantidade de vapor de água, que se dirigiu para a Península Ibérica.

A zona centro vai ser a mais afetada, não só com chuva, mas também com ventos fortes e agitação marítima.

Face às previsões do IPMA, a Proteção Civil avisa em comunicado para vento muito forte, com rajadas até 85 km/h nas terras altas do norte e centro e agitação marítima forte, com ondas entre quatro a cinco metros de altura (há avisos laranjas e amarelos para sexta)

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A Proteção Civil avisa ainda, com base em informação da Agência Portuguesa do Ambiente, que “é expectável” um aumento do volume da água na albufeira de Ribeiradio e, a jusante desta barragem, um aumento na zona de Águeda, podendo também por isso acontecer um aumento na bacia do Mondego, junto a Coimbra, “caso se verifiquem as previsões de precipitação forte”. Ou seja, não está colocada de parte a hipótese de inundações na baixa da cidade.

A Proteção Civil adianta serem expectáveis inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento, assim como a ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.

Avisa ainda para a instabilidade de vertentes, com deslizamentos, derrocadas e outros, motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo, assim como a contaminação de fontes de água potável.

Há ainda a possibilidade de arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas devido aos ventos fortes, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou de pessoas na via pública.

A Proteção Civil apela à população para desobstruir os sistemas de escoamento das águas pluviais e retirar de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas e para garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, assim como um especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas.

Se a chuva acaba esta quinta? Não. O mau tempo vai continuar pelo menos até ao final da próxima semana, com frentes depressionárias sucessivas a passar por Portugal, umas mais fortes que outras. A próxima deve atingir-nos já domingo, novamente com muita chuva e vento. Todas fazem parte de um chamado comboio de tempestades, normais desta época do ano, mas não com esta regularidade ou intensidade. O que acontece é que há um bloqueio em formato Ómega (letra grega) sob a Escandinávia (dois anticiclones estáveis a cada ponta e uma frente fria antártida sobre esse países) que permite que as depressões entrem sem parar pelo Atlântico Norte.