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Passaram 621 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e a manhã foi marcada pelo anúncio não oficial do que há muito se sabia: Vladimir Putin vai recandidatar-se à Presidência russa em 2024.

A notícia foi avançada pela Reuters, que citou seis fontes com conhecimento próximo da situação, mas que pediram absoluto anonimato. “A decisão já foi tomada: ele vai concorrer”, disse uma, como mostra o The Guardian. Outra confirmou, acrescentando que os conselheiros de Putin já estão a preparar a campanha.

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, desmentiu tais informações e disse que “a campanha ainda não foi anunciada oficialmente”, sendo que “o Presidente não fez qualquer declaração” sobre o assunto.

Caso o anúncio seja verdadeiro e Putin venha mesmo a ganhar as eleições, poderá ficar até 2030 no poder, aumentando assim o seu recorde de anos na Presidência da Rússia, onde está desde 1999.

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Além disso, a manhã foi marcada pela decisão da Rússia de se recusar a discutir com os Estados Unidos o reinício de inspeções mútuas aos arsenais nucleares, alegando ter sofrido ataques ucranianos com armas de longo alcance fornecidas pelos mesmos.

“Como podemos permitir que os norte-americanos visitem as nossas instalações nucleares (…), se fornecem aos ucranianos armas de longo alcance que já foram utilizadas contra as nossas bases estratégicas”, afirmou o chefe da diplomacia russa.

O que aconteceu durante a noite?

  • Após a detenção da jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, que aguarda julgamento em prisão preventiva desde 18 de outubro, por não se ter registado como agente estrangeira quando viajou para a Rússia em maio, o meio de comunicação social para o qual trabalha, Radio Free Europe, voltou a falar, acusando o país de estar a usá-la como “refém”.
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deverá visitar o Cazaquistão esta semana, anunciou o gabinete da presidência num comunicado citado pela Sky News.
  • Um “grande grupo de ex-combatentes do Wagner” começou os treinos com as forças especiais russas da região da Chechénia, no sul da Rússia, disse o líder checheno, Ramzan Kadyrov, no Telegram.
  • Um cabo de telecomunicações russo foi danificado no Mar Báltico em outubro passado, anunciaram hoje as autoridades finlandesas, ao mesmo tempo que se verificaram danos em infraestruturas submarinas na Finlândia e na Suécia.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pronunciou-se pela primeira vez categoricamente contra a possibilidade de realizar as eleições que estavam marcadas para o próximo ano, enquanto durar a guerra. “Acho que agora não é altura para eleições”, disse hoje Zelensky, cujo mandato termina em 31 de março, no seu discurso à nação.
  • Após Donald Trump ter dito que, “em 24 horas poderia gerir e pôr fim à guerra”, Volodymyr Zelensky não teve outro remédio senão dar “as boas-vindas” ao ex-presidente dos EUA no seu país. No entanto, este recusou, para não criar um “conflito de interesses”. “Tenho muito respeito pelo Presidente Zelensky, mas acho que não seria apropriado visitar a Ucrânia nesta altura”, disse ao canal Newsmax, citado pelo Kyiv Independent.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • A vice-primeira-ministra ucraniana, citada pelo jornal britânico The Guardian, sublinhou que não quer a entrada da Ucrânia na União Europeia por um voto de simpatia, ao referir que dentro de dois anos o país terá concluido as reformas necessárias para passar a fazer parte do bloco europeu.
  • A Indústria de Defesa Ucraniana confirmou a produção em massa de drones kamikaze de longo alcance. Segundo o jornal The Kyiv Independent, estes drones suicidas têm um alcance máximo de 1.000 quilómetros.
  • O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou esta segunda-feira ter recebido um recurso interposto pelo Comité Olímpico Russo (ROC) contra a suspensão, “com efeitos imediatos até nova informação”, que lhe foi aplicada pelo Comité Olímpico Internacional (COI).
  • A Rússia recusou hoje a possibilidade de discutir com os Estados Unidos o reinício de inspeções mútuas aos arsenais nucleares, alegando ter sofrido ataques ucranianos com armas de longo alcance fornecidas pelos Estados Unidos.
  • O novo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, reafirmou que o país vai suspender o envio de armamento para a Ucrânia, mas garantiu que as empresas privadas não vão ser impedidas de exportar para o país, avança o The Guardian.
  • O secretário de Estado EUA manifestou a sua confiança de que o processo de adesão da Suécia à NATO, bloqueado há vários meses devido a tensões diplomáticas entre o país e a Turquia, está em condições de progredir.