Carlos Moedas prometeu — nas 12 grandes medidas inscritas no programa eleitoral para Lisboa — “eliminar a barreira ferroviária entre a cidade e o Tejo”, mas até agora pouco ou nada foi feito sobre este assunto. Segundo apurou o Observador junto de fonte do executivo municipal, Moedas espera ter essa promessa cumprida até 2025 e até já houve reuniões com o Governo nesse sentido.

A promessa eleitoral da coligação Novos Tempos consistia na “eliminação da circulação de comboios à superfície no troço Cais do Sodré até Algés, acelerando a devolução gradual de toda essa área à ligação da cidade com o Tejo e a futura resolução do problema do Terminal de Contentores”. Agora, o projeto de grande dimensão para “enterrar a linha à superfície” está a ser estudado pela autarquia, que pretende apresentar um plano para a sua concretização até 2025, último ano do atual mandato autárquico. Para já, o Observador sabe que as primeiras conversações entre o gabinete de Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da autarquia que detém a vereação da Mobilidade, e a Infraestruturas de Portugal, que detém a gestão da circulação ferroviária, já decorreram.

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A eliminação da linha de comboio à superfície, que o atual executivo PSD/CDS defende desde o último período eleitoral, possibilitará a ligação da cidade ao Tejo e a devolução da área agora ocupada com a linha de comboio ao usufruto da população.

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No programa de Moedas, prevê-se também a transformação do rio que banha a capital numa hidrovia metropolitana de largo espetro, “promovendo uma rede de transportes fluviais, coletivos e individuais, incluindo táxis fluviais, ao longo de toda a frente ribeirinha, desde Algés até ao Parque das Nações”.

O reforço da ligação entre a cidade e o rio é proposta também através da criação de uma “ciclovia contínua, alargada, com equipamento urbano e serviços de suporte adequados desde Algés até ao Parque das Nações”, da construção de “marinas nas margens do estuário” e do “apoio ao desenvolvimento de desportos náuticos para utentes sem embarcação” e a aposta em novas atividades, “como as suportadas em barcos-casa (‘houseboat’)”.