Um grupo de trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas manifestou-se esta quarta-feira à tarde frente à sede da instituição, em Lisboa, para exigir melhores salários, pagamento de feriados, 35 horas de trabalho e 25 dias de férias.

Mais de 80% dos trabalhadores que representamos ganha o salário mínimo [nacional]”, disse à agência Lusa fonte sindical no local.

De acordo com a mesma fonte, as misericórdias portuguesas têm cerca de 44.000 trabalhadores.

A concentração, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) reuniu perto de 20 funcionários, que prometeram não desistir da luta por melhores condições de trabalho e por um contrato coletivo que assegure os direitos exigidos.

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“Lutar, lutar, para o salário aumentar”, “É justo e necessário o aumento do salário”, “Contra a exploração, a luta é a solução” e “Está na hora, está hora, o contrato para fora” foram algumas das palavras de ordem gritadas à porta da sede da União das Misericórdias Portuguesas, em que um painel anuncia “Descubra a Misericórdia da sua terra (…) Onde mora a solidariedade”.

Neste momento, a UMP chantageia-nos para assinarmos de cruz os contratos coletivos de trabalho que já existem e que foram negociados em março e o que queremos é equiparar ao que existe no setor social”, afirmou à Lusa a dirigente do CESP Catarina Fachadas, referindo que os funcionários das IPSS ganham mais.

Segundo a mesma fonte, está em curso uma tentativa de conciliação no Ministério do Trabalho, mas a UMP não tem manifestado disponibilidade para fazer alterações ao que já acordou com outros sindicatos.

“No dia 24 de novembro há uma nova reunião no ministério, em que irão responder à nossa proposta”, avançou a dirigente sindical.

A mesma responsável sublinhou que a lei de 2022 já confere direitos como o pagamento do trabalho em dias feriados e das diuturnidades, mas que “muitas misericórdias” não puseram em prática.

Há pessoas com 20 anos de casa que recebem o mesmo do que outros trabalhadores que entraram recentemente, não só porque o salário não faz essa diferenciação, mas pelo não pagamento das diuturnidades “, exemplificou.

Numa posição divulgada em comunicado, o CESP defendeu a urgência de consagrar direitos num contrato coletivo de trabalho e de acabar com “a discriminação dos trabalhadores das Santas Casas face ao resto do setor social”.