O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu sexta-feira em Gondomar que as próximas eleições serão uma bipolarização entre a política ao serviço dos grupos económicos e a alternativa pelos trabalhadores, pelo povo e o país.

No discurso que terminou o comício desta noite naquela cidade do distrito do Porto, o líder comunista aludiu ao combate político que precederá as eleições legislativas agendadas para 10 de março para corrigir a “quem dá jeito a apresentação da disputa eleitoral entre uma simples disputa esquerda e direita”.

“Aí está a operação bipolarização”, alertou Paulo Raimundo, defendendo que ela existe mas “entre a política ao serviço dos grupos económicos e a alternativa pelos trabalhadores, pelo povo e o país”.

E prosseguiu: “A grande disputa será entre a política ao serviço dos 5% mais ricos que concentram 42% da riqueza criada e a alternativa que responde ao drama dos dois milhões que estão na pobreza, dos quais 345 mil são crianças, e dos 72% dos reformados com pensões abaixo dos 500 euros”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Discursando para cerca de um milhar de pessoas a quem agradeceu logo de início “pelo calor” transmitido, o dirigente do PCP manifestou-se confiante de que o “PCP e a CDU vão crescer, vão-se reforçar, vão ser o sinal de esperança dos e para os trabalhadores, das e para as populações, dos e para os democratas e para todos os que cá vivem e trabalham”.

Numa intervenção que não deixou de fora a guerra na Palestina, reiterou os pedidos de “cessar-fogo, fim da guerra, fim da morte indiscriminada, entrada de ajuda humanitária, cumprimento das resoluções das Nações Unidas e o reconhecimento e concretização do estado palestiniano”.

“É isto que se exige e nada menos que isto”, enfatizou.

Paulo Raimundo referiu-se também à “operação influencer” para exigir que “os casos judiciais em curso, a bem da justiça e da sociedade, sejam rapidamente apurados, todos os factos, com todas as consequências que daí decorrem”.

Todavia, assinalou, “há um aspeto fundamental que está para além destes casos agora conhecidos, é que não é possível combater com eficácia a corrupção e a criminalidade económico-financeira, passando ao lado das suas causas fundas”.

E prosseguiu: “Hoje comenta-se, e bem, a promiscuidade entre o poder económico e político, as ligações diretas, os favores, as ajudas, os almoços, os telefonemas, mas veja-se o escândalo das privatizações. As privatizações são um dos maiores focos de corrupção associados a crimes económicos e o grande centro das negociatas que estão muito para lá da sua apreciação política”.