Primeiro muito chuva, mas vinda de zonas mais tropicais, com um rio atmosférico associado. Depois novamente mais chuva, mas vinda do Atlântico Norte, carregada de frio e obviamente neve. É assim que se vai despedir novembro e é assim que vai entrar dezembro. O fim de semana prolongado será molhado e o mês do Natal vai chegar bem gelado.

Trata-se de uma mudança radical em termos meteorológicos em poucos dias. As temperaturas, que por estes dias voltaram a estar amenas graças a ventos de sudoeste (máximas a rondar os 20ºC e mínimas já bem mais baixas, mas ainda assim entre os 14º e os 15º, para dar o exemplo — centralista — de Lisboa, ainda que no sul tenha sido semelhante e só no interior e no interior norte os termómetros tenham marcado temperaturas mais baixas), vão descer bruscamente a partir de quinta-feira. E os aguaceiros, que têm caído sobretudo a norte, vão tornar-se em chuva intensa.

Portugal, e toda Península Ibérica, ficará no meio de duas depressões. Uma acima da Galiza, que vai entrar pelo Golfo da Biscaia. E uma outra, que colocou o grupo oriental dos Açores sob aviso amarelo (das 00h00 desta quarta até às 6h de quinta), vai descer até à Madeira (que também ficará em alerta amarelo entre as 6h e as 15h de quinta-feira) e Canárias e depois afetar o sul do país. Entre ambas está criada uma enorme frente que vai atravessar todo o continente — um rio atmosférico, carregado de humidade, cujos modelos permitem prever que ‘descarregue’ grandes quantidades de água, devido à chuva intensa e que provoque grande acumulação de quantidades de água em alguns locais, segundo avança o site de meteorologia Meteored.

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As regiões mais afetadas devem ser as do sul e centro onde há riscos de inundação. O IPMA, que na terça-feira já tinha colocado sob aviso amarelo sete distritos, esta quarta-feira estendeu o alerta a outros seis. São agora 13 os distritos a que é recomendada precaução — Faro, Beja, Évora, Setúbal, Lisboa, Santarém, Portalegre, Viseu, Guarda, Leiria, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra. A precipitação mais abundante deve acontecer durante a madrugada e princípio da manhã, pelo que os avisos são válidos entre as 3h e as 15h ou as 6h e as 15h. Mas a precipitação será extensiva a todo o país.

E depois da chuva, virá o frio. Se sexta ainda deve continuar a chover, sábado já volta o céu limpo, mas as noites serão geladas logo a partir do primeiro dia de dezembro (dia de fazer, por tradição, a árvore de Natal). As temperaturas, sobretudo as mínimas, cairão a pique depois da passagem desta primeira frente.

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E a nova frente, que chegará domingo, será polar, virá do Atlântico Norte, trará novamente chuva associada — e, como consequência neve, que pode cair não só na Serra da Estrelas, mas em quotas mais baixas.