A sala gerida pela Academia de Música desse município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto propõe assim um cartaz que, segundo o programador André Gomes, representa “a ambição e missão do Auditório”, ao reunir “jazz, música erudita, música popular brasileira, teatro, valores em ascensão, nomes consagrados e estruturas residentes” de criação artística.

“Teremos num mesmo espaço um músico lendário do Brasil, uma referência do jazz europeu, uma das grandes revelações do teatro português e um programa de música erudita variado e entusiasmante — e isto é apenas a ponta do icebergue para 2024”, declarou o programador à agência Lusa.

O primeiro dos espetáculos propostos é Saga Nórdica, que a 26 de janeiro apresenta Kathrine Windfeld com a Orquestra de Jazz de Espinho, sob a direção de Paulo Perfeito e Eduardo Cardinho.

O concerto revelará as “paisagens rítmicas complexas” concebidas pela pianista, que, segundo André Gomes, “surpreendeu o panorama do jazz europeu com as suas composições para orquestra, marcadas por uma enorme criatividade e frescura”.

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A proposta seguinte, a 02 de fevereiro, é Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa, com texto, encenação e interpretação de Sara Barros Leitão, a partir de conteúdos do livro Novas Cartas Portuguesas.

A criação do primeiro Sindicato do Serviço Doméstico em Portugal motiva um relato sobre a história “pouco conhecida, pouco contada e pouco valorizada” do trabalho das mulheres e do seu poder de organização e reivindicação.

Uma semana depois, o palco passa ao oboísta Tiago Coimbra, com a Orquestra Clássica de Espinho, dirigida por José Eduardo Gomes. O concerto vai apresentar obras românticas de Tchaikovsky e também de Peter Mieg, com base numa parceria entre o músico português e a fundação que divulga a obra desse compositor suíço.

Segue-se Jards Macalé, a 16 de março, no que André Gomes anuncia como “um testemunho da energia eletrizante da música e do espírito inabalável da rebelião artística”. Tendo comemorado em 2022 os 50 anos do seu primeiro álbum a solo, o artista brasileiro é reconhecido por se ter mantido “profundamente fiel à sua visão”, que funde o samba e a bossa nova com a essência do rock, as harmonias clássicas e o espírito de improvisação do jazz.

“Com o passar do tempo, uma nova geração de músicos e fãs redescobriu a verdadeira joia que é esse álbum de 1972, prova viva da importância de Jards Macalé na música brasileira”, conclui o programador sobre o artista brasileiro que tem também já data marcada no gnration, em Braga, no dia 15 de março.