A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou esta quinta-feira ao Presidente chinês, Xi Jinping, que “a China é o parceiro comercial mais importante da União Europeia”. No entanto, destacou que nem tudo é um mar de rosas e que “há desequilíbrios e diferenças evidentes” que têm de ser “abordadas”.

Na sua segunda visita à China este ano, que foi acompanhada do Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a propósito da 24.ª cimeira entre o país asiático e a UE, a responsável instou Presidente chinês a “abordar e gerir de forma responsável as preocupações”, quando os interesses de ambos os povos “não coincidem”.

Ambos reconhecemos a importância de reduzir os riscos e reforçar a capacidade de resistência das nossas economias. É por isso que a UE está a trabalhar para garantir a segurança das suas cadeias de abastecimento, infraestruturas críticas e bases tecnológicas e industriais”, afirmou.

Além disso, Von der Leyen disse que espera ver debatida “a forma de prosseguir a cooperação em matéria de alterações climáticas e de aumentar a cooperação em matéria de regras mundiais para a inteligência artificial“. “Enquanto grandes potências mundiais, a UE e a China têm responsabilidades globais”, ratificou.

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A responsável sublinhou que, apesar de as equipas de ambos já terem realizado “vários diálogos nos últimos meses, sobre o clima, o comércio e questões digitais”, era importante um “diálogo interpessoal muito em breve, no novo ano”.

No mesmo discurso, que aconteceu na Casa de Hóspedes Estatal de Diaoyutai, em Pequim, Von der Leyen disse que era “essencial colocar um termo à agressão russa contra a Ucrânia e estabelecer uma paz justa e duradoura, em conformidade com a Carta das Nações Unidas” e também “fazer tudo o que estiver ao alcance para trabalhar em prol de uma solução de dois Estados no Médio Oriente“.

É também muito positivo que o nosso diálogo sobre direitos humanos tenha sido retomado. Estas são questões importantes a debater. Todos estes diálogos ajudaram-nos a identificar claramente as nossas posições respetivas”, rematou, acrescentando que aguarda “com expectativa os debates” e que está ansiosa por “fazer progressos efetivos.

O Presidente do Conselho Europeu foi na linha de Von der Leyen, tendo dito que o bloco procurava uma relação “estável e mutuamente benéfica” com a China, baseada em “princípios de transparência, previsibilidade e reciprocidade“.

A 24.ª cimeira UE-China, que arrancou esta quinta-feira, em Pequim, significa um regresso aos encontros presenciais, que estiveram suspensos durante os três anos da pandemia de Covid-19.

As relações foram abaladas pela posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e por disputas comerciais motivadas por uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático e o crescente excedente comercial da China no comércio com a Europa.