Olhando para o histórico de confrontos, o Arsenal não é propriamente um adversário muito querido para os adeptos do FC Porto, em particular pela goleada sofrida em Londres nos oitavos da Champions de 2010 (5-0) após a vitória pela margem mínima no Dragão. Recordando aquilo que foi o histórico recente dos londrinos frente a equipas portuguesas, não é preciso recuar muito para recordar o golo quase do meio-campo de Pedro Gonçalves no Emirates Stadium que contribuiu para a passagem do Sporting aos quartos da Liga Europa. Há coisas boas, há coisas más e assim foi também o sorteio dos dragões na Liga dos Campeões, fugindo aos três principais perigos (Manchester City, Real Madrid e Bayern) mas cruzando com um adversário difícil.

Um sorteio que podia ser pior entre um reencontro com Fábio Vieira: FC Porto defronta Arsenal nos oitavos da Liga dos Campeões

Num projeto que foi quase criado de raiz com Mikel Arteta no comando, depois de deixar a equipa técnica de Pep Guardiola em dezembro de 2019 para orientar a equipa que representou nas últimas cinco temporadas como jogador, o Arsenal foi dando passos seguros para chegar ao patamar onde esteve durante largos anos com Arsène Wenger antes de entrar numa crise que afasta os londrinos do título inglês há duas décadas. O caminho já teve uma vitória na Taça de Inglaterra (2020) e dois triunfos na Supertaça (2020 e 2023) mas voltou a adiar o sonho da Premier com uma queda fatal nos meses decisivos que estendeu a passadeira a novo título do Manchester City. Este verão, até pela queda precoce na Liga Europa, o caminho do treinador espanhol e do próprio clube precisava de um turning point, apostando ainda mais no mercado ou tentando consolidar a base que estava formada. Mais uma vez, o Arsenal foi pela primeira. E ganhou munições.

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Com Granit Xhaka e Folarin Balogun a serem as principais saídas no plantel, Arteta juntou um novo guarda-redes para lutar pela titularidade com Ramsdale (David Raya, que já teve alguns encontros que não foram os melhores cartões de visita), mais uma opção ofensiva que pudesse entroncar na mobilidade habitual entre os elementos da frente (Kai Havertz), outro defesa com perfil de maior polivalência (Jurrien Timber, que sofreu uma lesão grave e só volta em 2024) e um pilar no meio-campo que era há muito a grande prioridade do espanhol (Declan Rice, internacional que se tornou o jogador inglês mais caro de sempre). Ao todo foram quase 235 milhões de euros para atacar de vez a Premier. E com bons resultados, entre a proteína dos líderes Arteta e Ödegaard, o hidrato de Rice e os doces de pés trocados nas alas, Saka e Martinelli.

O maior hidrato que faltava na receita do Arsenal: Declan Rice torna-se o jogador inglês mais caro de sempre

Com apenas duas derrotas no Campeonato, ambas fora e com as revelações da última época (Newcastle) e da atual temporada (Aston Villa), o Arsenal saltou de novo para o primeiro lugar este fim de semana, ganhando em casa ao Brighton num encontro em que voltou a fazer quase 30 remates e aproveitando o nulo do Liverpool em Anfield diante do Manchester United. Sendo apenas o quinto melhor ataque da prova com 35 golos, menos cinco do que o Manchester City, os gunners são a melhor defesa a par do Liverpool, que será o próximo adversário na ronda que antecede o Natal e que vai decidir (outra vez) quem fica com a liderança.

Em paralelo, há outro ponto de curiosidade no confronto entre FC Porto e Arsenal que passa pelo reencontro dos dragões com Fábio Vieira, internacional Sub-21 que rumou a Londres no verão de 2022 e que na presente temporada leva 506 minutos em 14 encontros entre Premier, Taça de Inglaterra, Taça da Liga, Supertaça e Liga dos Campeões com dois golos e três assistências. Cédric Soares é o outro português no plantel de Mikel Arteta, tendo sido opção inicial na partida dos gunners frente ao PSV na Champions.

A primeira confirmação já chegou: FC Porto anuncia “princípio de acordo” para venda de Fábio Vieira ao Arsenal

Histórico de confrontos entre FC Porto e Arsenal na Liga dos Campeões

  • 2006/07, fase de grupos: 0-2 (fora, D) e 0-0 (casa, E)
  • 2008/09, fase de grupos: 0-4 (fora, D) e 2-0 (casa, V)
  • 2009/10, oitavos: 2-1 (casa, V) e 0-5 (fora, D)