Depois de o Fluminense ter eliminado o Al Ahly na primeira meia-final, garantindo a presença na final do Mundial de Clubes, o Manchester City defrontava o Urawa Reds com o objetivo de fazer companhia aos brasileiros na partida que decide quem conquista o troféu. Ou seja, bem a meio de dezembro e numa altura em que tem estado a disputar a Liga dos Campeões a meio da semana e a jogar para a Premier League ao fim de semana, o City estava na Arábia Saudita a enfrentar uma equipa do Japão.

A pertinência do Mundial de Clubes tem sido muito discutida nos últimos anos — mas principalmente a nível europeu, já que a temporada no Brasil, por exemplo, acabou de terminar. Certo é que, já a partir de 2025, a competição vai ser alargada e engrossada, passando a contar com 32 equipas, uma fase de grupos e restantes eliminatórias (num lote onde Benfica e FC Porto, como já se sabe, estarão incluídos). Uma decisão que só dá razão às palavras de Bernardo Silva, que na antevisão da partida desta terça-feira não escondia o desconforto com a pressão do calendário.

Jhon fez a vontade a Bernardo para o FC Porto ver: Fluminense vence Al Ahly e está na final do Mundial de Clubes

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“Não vou mentir, claro que às vezes sinto-me cansado. Todos nós ficamos cansados, a dada altura, porque estamos sempre a jogar de três em três dias. Não descansamos, não temos Natal, não temos verão. Mas é o preço que pagamos por estarmos num clube de topo e lutarmos por todas as competições, o nosso sonho é era jogar a este nível”, começou por dizer o internacional português.

Ainda assim, e apesar de ter sublinhado as ressalvas, Bernardo lembrou que a atual intensidade do calendário de cada temporada pode acabar por prejudicar o futebol. “Jogamos e é óbvio que ganhamos muito dinheiro, esse tipo de coisas. Mas, na minha opinião e enquanto pessoa que adora este jogo, se continuarmos a ter tantos jogos como agora vão perder energia, vão perder intensidade. Mas é apenas a minha opinião”, completou, numa linha de pensamento muitas vezes corroborada pelo próprio Pep Guardiola.

Contudo, em Jeddah, o Manchester City defrontava mesmo os japoneses do Urawa Reds, vencedores da Liga dos Campeões asiática que tinham eliminado os mexicanos do León na ronda anterior. Guardiola lançava Phil Foden enquanto principal referência ofensiva, com Jack Grealish, Matheus Nunes e Bernardo no apoio ao inglês, e deixava Rúben Dias e Gvardiol no banco, sendo que Haaland e Jérémy Doku nem sequer viajaram devido a problemas físicos.

O jogo manteve-se sem golos praticamente até ao intervalo, apesar do domínio natural dos ingleses, e o marcador só mexeu já nos descontos da primeira parte e através de um autogolo de Høibråten, que desviou para a própria baliza na sequência de um cruzamento de Matheus Nunes na direita (45+1′). 

Na segunda parte, o quarto de hora inicial chegou para o City resolver a meia-final: Kovacic aumentou a vantagem, ao fugir à defesa japonesa para ficar isolado na cara do guarda-redes e atirar certeiro (52′), e Bernardo fechou as contas com um remate de pé esquerdo que ainda desviou num adversário (59′). De forma clara e expectável, os ingleses eliminaram o Urawa Reds e estão na final do Mundial de Clubes, onde vão defrontar o Fluminense já na próxima sexta-feira.