A chegada no navio-patrulha britânico HMS Trent às águas da Guiana levou o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a ordenar esta quinta-feira à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) uma “ação defensiva conjunta” sobre as Caraíbas da costa oriental da Venezuela (conhecidas como fachada atlântica) em resposta àquilo que considera ser uma “provocação e ameaça do Reino Unido” contra a “paz e soberania” da Venezuela. O Reino Unido já tinha avisado na semana passada que enviaria o navio-patrulha para a região.

A Venezuela não pode ficar de braços cruzados diante de uma ameaça, não importa de onde ela venha. A Venezuela reserva todas as ações constitucionais no âmbito do Direito Internacional para defender a nossa integridade territorial, as nossas águas e o nosso Atlântico”, terá dito numa reunião com os seus generais, citado pelo El Mundo.

No mesmo encontro, justificou a resposta militar argumentando que a Guiana — país com quem a Venezuela está em disputa territorial por Essequibo — terá validado a chegada do “navio ameaçador do decadente antigo império britânico”.

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De acordo com um comunicado emitido pelo governo venezuelano e lido na mesma reunião, citado pelo jornal espanhol, a presença do HMS Trent nas águas da Guiana é vista por Caracas como “um ato de provocação hostil e uma violação da Declaração de Argyle”. Na mesma nota, a chancelaria do Presidente venezuelano acusa ainda o Comando Sul dos EUA de estar “sincronizado” com estas ações.

As tensões entre a Venezuela e a Guiana devido à disputa territorial por Essequibo têm estado a aumentar no último mês. A zona territorial de cerca de 160 mil quilómetros é rica em petróleo e, embora pertença à Guiana, é reivindicada por Caracas desde que foi realizado um referendo não-vinculativo à população venezuelana sobre a respetiva anexação.

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