Bella, uma baleia beluga fêmea, vive há cerca de 10 anos no Lotte World Aquarium, um aquário instalado num centro comercial na Coreia do Sul. Estima-se que tivesse dois anos quando foi capturada em 2013 em águas russas e vendida à empresa gestora do aquário.

Em 2022, ativistas de um grupo de defesa da vida marinha, Hot Pink Dolphins, exigiram a libertação de Bella, organizando um protesto junto ao aquário onde vive e, este ano, organizações de direitos dos animais mantiveram a pressão para que a baleia beluga seja libertada.

Viveu com dois machos, Bellu e Belli, que entretanto morreram. Bellu morreu em 2016, com cinco anos, e Belli em 2019, aos 12 anos, o que levou ativistas sul-coreanos dos direitos dos animais a lançaram uma onda de contestação, relata a CNN. É que a esperança média de vida destes mamíferos marinhos situa-se entre os 35 e os 50 anos. Depois da morte de Bellu e Belli, Bella evidencia sinais de stress, garante a co-fundadora da Hot Pink Dolphins, Jo Yak-goli. Em 2019, a Lotte World admitiu que libertaria Bella. Mas até agora não o fez. E não há uma data para o fazer.

À CNN, em novembro um porta-voz da empresa indicou que os planos para libertar Bella se mantêm. Em 2020, um par de belugas foram transferidas de um aquário em Xangai para um santuário na Islândia. E os ativistas esperavam o mesmo para Bella, em particular depois do governo sul-coreano ter proibido, a 14 de dezembro, mais compras de baleias e golfinhos por parte de aquários.

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Mas libertar uma baleia há tanto tempo em cativeiro não se mostra tarefa fácil, em particular no caso de Bella que foi capturada com tão poucos anos. E dificilmente conseguirá sobreviver no habitat natural, segundo os especialistas. Um santuário deverá mesmo ser a opção viável.

A Lotte World Aquarium acredita que o “único lugar do mundo” para onde Bella pode ser libertada é num santuário na Islândia, mas o porta-voz da da empresa revelou à CNN terem recebido “a resposta de uma concessionária islandesa dizendo não ter alternativa ao adiamento do processo devido a problemas ambientais dentro das suas instalações”, acrescentando que “conversações com agências governamentais e especialistas marinhos ainda estão a decorrer”. “Assim, estamos a analisar várias alternativas, incluindo (outros) santuários”, afirmou ainda o porta-voz da Lotte World Aquarium.

À CNN um santuário na Noruega garantiram que endereçaram um convite ao aquário para que Bella fosse transferida para os fiordes noruegueses. “A Reserva Norueguesa de Baleias (NWR) tem estado, ativamente, em contacto com os donos da Bella, nos últimos dois anos, oferecendo-se para facilitarem a transferência”, declarou o membro do conselho, Andre Borell que, em conjunto com Regina Crosby, fundadora da organização não lucrativa OneWhale, traçou um plano para ajudar nessa transferência, incluindo meios financeiros necessários. “Queremos remover quaisquer razões pelas quais Bella não deve ser removida do seu tanque o mais rápido possível”, destacou Crosby, acrescentando que “estamos comprometidos em trabalhar com as autoridades sul-coreanas o mais rápido possível para prosseguir com os próximos passos”.

Apesar deste plano, o Lotte World Aquarium garante que o seu comité de libertação considera que “não há instalações para acomodar a baleia beluga na Noruega” e que a permissão do governo norueguês para criar o santuário não foi obtida.

Existem cinco baleias beluga em cativeiro na Coreia do Sul, segundo indicou Jo Yak-gol à CNN. “São capturadas no Oceano Ártico e depois importadas pela Coreia do Sul”, acrescentando que acabam “confinadas em espaços pequenos, por vezes, juntamente com golfinhos que têm temperaturas corporais completamente diferentes”.