O espaço era pouco e cada milímetro contava. A zona onde o Sporting podia causar perigo ao Portimonense estava congestionada. Os algarvios empurravam os leões para onde lhes convinha. Nos cantos, ninguém podia magoar a baliza à guarda de Vinicius. Na região onde as linhas se cruzam num ângulo de 90 graus, mas onde arrefece a probabilidade de os golos acontecerem, Guga, defesa da equipa treinada por Paulo Sérgio, empurrou Gyokeres para fora da zona útil do relvado. O sueco atropelou e deixou marcas na bandeirola que regressou ao seu local, reposta pelo avançado, longe da plenitude das suas capacidades ornamentais (pudera…).

Ao contrário do que aconteceu com aquela estaca de plástico fluorescente com o símbolo do 12.º classificado da Primeira Liga à entrada para a jornada 15, o Sporting não conseguia quebrar por nada a rede de jogadores que o Portimonense colocou em frente à baliza, mesmo que Gyokeres, que coabitou com Paulinho no ataque, exibisse as meias rotas no gémeo como um sinal da força queria meter cá para fora. Estas eram, aliás, dificuldades que o treinador do Sporting, Rúben Amorim, já tinha previsto.

“O Portimonense tem um treinador muito experiente, que tem o trabalho mais difícil na nossa liga. Com a quantidade de jogadores que ele traz dos sub-23, tem conseguido ficar na Primeira Liga, mesmo com muitos jogadores a sair. Será um jogo difícil, não sabemos muito bem o que vamos encontrar. Vamos olhar também para as individualidades, num jogo onde as bolas paradas vão ser importantes. Não tendo o Inácio [por castigo, tal como Hjulmand] e o Coates [lesionado], temos de arranjar maneira de contornar isso, mas estamos preparados para o jogo”, afirmou Amorim na antevisão. Apesar de ter sido Eduardo Quaresma a completar a defesa no clássico, desta vez, na visita a Portimão, onde o Sporting precisava de ganhar para responder aos triunfos dos rivais e virar o ano na liderança do campeonato, Luís Neto foi o titular. Na ausência de Hjulmand, Pedro Gonçalves atuou no meio-campo.

Ficha de Jogo

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Portimonense-Sporting, 1-2

15.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Portimão

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Portimonense:  Vinicius, Relvas, Pedrão, Alemão, Dener, Carlinhos, Lucas Ventura (Estrela, 90′), Guga (Igor Formiga, 68′), Gonçalo Costa (Luan, 87′), Jasper (Ronie Carrillo, 68′) e Hélio

Suplentes não utilizados: Nakamura, Ricardo Sousa, Seck, Kim, Alcobia

Treinador: Paulo Sérgio

Sporting: Adán, Geny Catamo (Ricardo Esgaio, 83′), Neto (Eduardo Quaresma, 45′), Diomande, Matheus Reis, Nuno Santos, Morita, Pedro Gonçalves (Daniel Bragança, 76′), Edwards (Trincão, 90+1′), Paulinho e Gyokeres

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Essugo, Chico Lamba, Afonso Moreira e Diogo Travassos

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Gyokeres (59′), Relvas (69′) e Paulinho (80′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Neto (34′), Pedro Gonçalves (52′), Guga (56′), Diomande (67′), Pedrão (86′), Lucas Ventura (88′) e Alemão (90+2′)

As ausências no emblema verde e branco não se fizeram sentir, mas o Portimonense, depois de ter sido sufocado na fase inicial, equilibrou o encontro, acabando por ter a primeira ocasião para marcar. Guga rematou por cima. O Sporting respondeu em cima do intervalo, Nuno Santos serviu uma pequena área desprovida de alguém para desviar o cruzamento.

Rúben Amorim fez uso das capacidades que levaram a que na conferência de imprensa antes do jogo os jornalistas o confrontassem com uma sondagem onde era apontado como o melhor treinador do campeonato. “Vale o que vale. Nas últimas eleições havia empate técnico entre o PS e o PSD e depois foi maioria absoluta para PS. Os treinadores são avaliados pelos resultados em campo”, disse sobre o assunto. O técnico retirou do encontro o amarelado Luís Neto e lançou Eduardo Quaresma. As consequências acabariam por ser positivas.

Os golos estavam guardados para a segunda parte. Pedro Gonçalves cruzou para a área e o passe foi ter com um megálito de jogador chamado Gyokeres (59′). O sueco desviou com eficácia para o fundo das redes de Vinicius. O Portimonense beneficiou de um livre lateral que aterrou em Filipe Relvas (69′). Estava feito o empate. Imediatamente a seguir, Hélio Varela apareceu na cara de Adán, mas a ação de Eduardo Quaresma estragou a festa que, pelo contrário, se fez na outra baliza. Morita assistiu Paulinho (80′) que, de calcanhar, carimbou o 2-1. Hélio Varela voltaria a aparecer frente a Adán, mas o espanhol intermediou a renovação de contrato dos leões com a liderança do campeonato até ao início de 2024.

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