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Três israelitas dados como desaparecidos desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro em Israel estão mantidos como reféns na Faixa de Gaza, anunciou, esta quinta-feira, o Exército de Telavive.

Um dos reféns desaparecidos tem nacionalidade portuguesa, revelou o embaixador israelita em Lisboa, Dor Shapira. “Após 90 dias de desaparecimento, a família de Idan Shtivi foi informada hoje (esta quinta-feira) de que ele foi raptado no festival de dança Nova e levado para Gaza”, afirmou o diplomata na sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Segundo o embaixador israelita, “Idan tem também nacionalidade portuguesa e o seu irmão e a sua mãe visitaram Portugal no mês passado para pedir ajuda a quem quer que seja para a sua libertação”.

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“Três cidadãos desaparecidos até agora foram identificados como reféns e as suas famílias foram informadas”, disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

Este anúncio eleva para 132 o número de pessoas ainda mantidas como reféns na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, segundo dados das autoridades israelitas.

Familiares de Idan Shtivi, Tsachi Idan e Eli e Yossi Sharaby, reféns com nacionalidade portuguesa em posse do movimento Hamas desde os ataques em 7 de outubro em Israel, estiverem no mês passado em Lisboa, onde, no dia 6, deram uma conferência de imprensa dando conta do seu desespero e esperança e pedindo insistentemente esforços no sentido da sua libertação.

“É obrigação de Israel e de Portugal libertá-lo porque ele é cidadão português (…) Devo ter um sinal, um sinal dele de que está bem e dar também um sinal de que estamos bem, de que estamos a fazer tudo por ele”, afirmou Dalit, a mãe de Idan Shtivi, que estava entre os desaparecidos no festival Nova, no sul do país e onde o Hamas matou cerca de 260 pessoas.

Na véspera da conferência de imprensa, estes familiares de reféns reuniram-se na sinagoga de Lisboa para rezar pela sua libertação e o “fim do pesadelo”, reconstituindo à Lusa os acontecimentos de 7 de outubro.

Emocionado, Omri Shviti recordou aquele dia, quando o irmão, Idan, 28 anos, “o melhor amigo que se pode ter”, foi ao festival de música. Segundo relatos iniciais, teria tido um acidente de automóvel a tentar fugir dos terroristas e morrido quatro dias depois num hospital em Gaza, em resultado dos ferimentos.

Mas Omri Svhiti não queria acreditar: “Temos uma grande crença que ele está vivo e rezamos por isso todos os dias. Não queremos saber de política, nunca quisemos saber. Queremos é que ele volte para casa”, afirmou.

Após 7 de outubro, os combates só foram interrompidos durante uma semana — entre 24 e 30 de novembro — numa trégua mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

50 reféns, 150 prisioneiros, quatro dias de pausa, mas os dedos continuam no “gatilho”: o que se sabe sobre o acordo entre Israel e o Hamas

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 7 de outubro, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis mas também 400 militares, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 22.000 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.