O escultor português José Laranjeira Santos morreu no domingo, aos 93 anos, no Hospital Universitário de Coimbra, onde tinha sido internado pouco dias antes com um problema de saúde, disse à Lusa fonte da família.

O velório terá lugar na quarta-feira, a partir das 16h00, na Igreja São João de Deus, na Praça de Londres, em Lisboa, e o funeral realiza-se na quinta-feira, com missa às 12h30 e saída da capela às 13h00, para o crematório dos Olivais.

O Município da Figueira da Foz, cidade a que o escultor dedicou parte da vida e da obra, já emitiu uma nota de pesar e um agradecimento pelo “seu amor e generosidade”.

Laranjeira Santos, natural de Lisboa, onde viveu, estudou e trabalhou, fixou também residência na Figueira da Foz, tendo doado ao município mais de uma centena de obras de escultura e desenho, representativas do seu percurso artístico desde a década de 1950 até à atualidade.

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Este espólio encontra-se exposto no Núcleo de Arte Contemporânea Laranjeira Santos (NACLS), criado em 2020 no requalificado Castelo Engenheiro Silva, um dos mais emblemáticos edifícios da cidade.

Maria do Céu Vasconcelos, nora do escultor e ‘designer’ de formação, que ao longo da vida desenvolveu trabalhos e curadoria relacionados com a obra de Laranjeira Santos, revelou que está em preparação um livro e uma exposição da vida e obra do escultor.

Estes projetos estavam a ser feitos em colaboração com o próprio Laranjeira Santos e terão continuidade, estando prevista a inauguração da mostra — inicialmente apontada para maio — para setembro deste ano, num espaço ainda a determinar em Lisboa.

Segundo Maria do Céu Vasconcelos, o escultor tem muitos catálogos de exposições, “mas nada que reúna tudo, a obra, a vida, as influências”.

José Laranjeira Santos nasceu em Lisboa, em 24 de setembro de 1930. Em 1951, ingressou na Escola Superior de Belas Artes, tendo concluído a licenciatura em Escultura em 1955.

No mesmo ano recebeu, da Academia Nacional de Belas Artes, o prémio de melhor aluno na área da Escultura e, em 1961, uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian em Itália, onde permaneceu até 1963, proporcionando-lhe uma nova licenciatura em Escultura na Academia de Belas Artes de Roma.

A obra de Laranjeira Santos encontra-se representada em diversas coleções institucionais, municipais e particulares, em Portugal e no estrangeiro.

Ao longo da sua carreira artística foi galardoado com diversas distinções nacionais e internacionais. Em 2020, a Figueira da Foz criou o NACLS, onde a sua obra está representada.