A TAP não avançou com qualquer queixa junto do Ministério Público contra a sua ex-CEO, Christine Ourmières-Widener, apurou o Observador. Isto apesar de a transportadora ter levantado suspeitas de crimes na defesa do processo que corre termos no tribunal cível de Lisboa no qual é pedida à TAP uma indemnização de 5,9 milhões de euros.

Questionada sobre se o faria ou sobre se o tinha já feito, a TAP limita-se a dizer que “não comenta questões judiciais”. O Observador aguarda respostas por parte da Procuradoria Geral da República para saber se será aberta alguma investigação face às notícias que foram veiculadas.

O Eco avançou, na terça-feira, que a defesa da TAP, no processo de indemnização, tinha levantado suspeitas sobre eventuais crimes da ex-CEO quando o seu marido tentou vender serviços à transportadora. Segundo a defesa, a TAP suspeita de crimes como “tráfico de influência, oferta indevida de vantagem ou mesmo corrupção” quando Floyd Murray Widener tentou vender serviços da Zamna Technologies onde trabalhava à TAP. Este foi um caso que esteve em cima da mesa da comissão de inquérito à TAP e que teria sido, inclusive, uma das divergências entre a então CEO e Alexandra Reis, a gestora que saiu com uma indemnização de 500 mil euros.

Na altura, Christine desvalorizou o episódio, porque não foi assinado qualquer contrato com a Zamna. Alexandra Reis admitiu, no parlamento, que travou a contratação da empresa para a qual trabalhava o marido da então CEO por possível conflito de interesses. “Entendi dar aquelas indicações porque além do potencial conflito de interesses, aquela aquisição não estava orçamentada, nem prevista nem era uma necessidade que a empresa tivesse identificado”, disse aos deputados.

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