Acompanhe no nosso liveblog todas as atualizações sobre a guerra na Ucrânia.

Manfred Weber, presidente do Partido Popular Europeu (PPE), avisou que a Europa deverá preparar-se para a guerra sem os EUA, dedicando-se, nos próximos meses, a reforçar as suas defesas. Em declarações à Brussels Playbook, newsletter do Politico especializada em assuntos de Bruxelas, e em entrevista ao mesmo jornal, Weber frisou que a União Europeia (UE) deve preparar-se para um cenário onde, com Donald Trump no poder, os EUA não irão opor-se à Rússia e a Vladimir Putin.

“Quando olho para este ano como político europeu, a primeira coisa que vem à cabeça é Trump”, declarou sobre o candidato ao Partido Republicano para a corrida à Casa Branca, reforçando que a capacidade de a UE para proteger-se sem os EUA é “a questão fundamental que estará nas nossas mentes em 2024″.

Caixas negras do avião que caiu em Belgorod foram encontradas

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Weber declarou que este é “um momento histórico, que devemos compreender e agarrar”, frisando que a Europa “deve conseguir defender-se independentemente”, mas que está “longe” de conseguir fazê-lo. O líder do PPE acredita que o continente ainda tem tempo para lidar com essas fragilidades e avisa: “Não podemos desperdiçá-lo.”

A estratégia defensiva proposta por Weber passaria pela adoção de um “pilar de defesa europeu” com um “sistema de defesa anti-mísseis”, que possa neutralizar a ameaça de drones e mísseis de alta tecnologia, e uma “brigada de ciberdefesa”, justificando que, para se defenderem, os europeus têm de trabalhar “em conjunto para desviar ataques híbridos, quer venham da Rússia ou da China”.

Por outro lado, a Europa deve focar-se em “dissuadir” a ameaça nuclear, que se agravaria com a subida de Trump ao poder. “Todos sabemos que a opção nuclear é verdadeiramente decisiva”, comentou Weber sobre as frequentes ameaças nucleares do Presidente russo desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

NATO inicia nos EUA maior exercício militar desde a Guerra Fria

“Devíamos aceitar a proposta de Macron e pensar agora em como o armamento nuclear de França pode ser integrado nas estruturas europeias”, recomendou, a propósito da proposta de um “diálogo estratégico” apresentada pelo Presidente francês em 2020 — que voltou a reforçar em 2022 —, sobre o possível papel do seu país na “segurança coletiva” europeia. Com um arsenal de cerca de 300 ogivas nucleares, França é o único país da UE capaz de ter um papel central na defesa nuclear.

Sobre o conflito na Ucrânia, o líder do PPE acusou a Europa de falhar na entrega de 1 milhão de munições que foram prometidas a Kiev, fixando-se o valor real em “menos de 500 mil”, o que é “demasiado pouco” para a Ucrânia poder defender-se. Simultaneamente, frisou o contributo da Coreia do Norte no apoio a Putin, a quem Kim Jong-un, o líder norte-coreano, terá entregue mais de 1 milhão de munições.