Com os subsídios atribuídos pelo Governo alemão aos veículos recarregáveis a começarem a ser retirados nuns casos e reduzidos noutros, o mercado ressentiu-se de imediato. Os modelos com mecânicas 100% eléctricas (EV) caíram 54,9%, enquanto os híbridos plug-in (PHEV) viram o número de vendas baixar 19,6%. Enquanto isto, os veículos animados por motores a combustão aumentaram a procura, que subiu 9,1% nos modelos a gasolina e 9,5% a gasóleo.



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Estas quebras têm como explicação parcial o facto de ter havido alguma antecipação das vendas destes modelos recarregáveis em Dezembro, para usufruir ainda das ajudas do Estado germânico, pelo que resta saber qual será a dimensão dos danos em velocidade de cruzeiro. Tanto mais que há marcas, como por exemplo a Tesla — e certamente outras se seguirão — que se voluntariaram a cobrir a perda dos incentivos, para que os clientes que o desejem continuem a adquirir carros EV ou PHEV.

Esta alteração ao tipo de carro “preferido” pelos condutores alemães não foi propriamente uma surpresa, até porque os EV e PHEV são tradicionalmente mais caros, só se tornando mais competitivos com ajudas estatais. Contudo, cada vez mais os construtores têm de se tornar mais eficientes, sob o ponto de vista da produção, evitando depender dos subsídios. E a prova de que estes já não são necessários é que no segmento D, onde se destaca o Model 3 e o Model Y da Tesla, já há veículos a bateria mais baratos do que os seus rivais a combustão, com o mesmo a ser previsível que aconteça em meados de 2024, quando os Citroën ë-C3 (que já se pode encomendar), o Renault 5 e o novo Dacia Spring sejam propostos por 25.000€, ou abaixo desta fasquia, cerca de 10 mil euros menos do que hoje se paga pela maioria dos utilitários eléctricos.

Reflexo de uma preocupação óbvia com a carteira, com a não compra de EV e PHEV (veículos que permitem custos de utilização mais reduzidos), o segmento que mais cresceu na Alemanha foi o dos modelos alimentados a GPL (gás de petróleo liquefeito), curiosamente a especialidade da Dacia, cuja procura aumentou 43,9% face a Dezembro. Estranhamente, os carros alimentados a gás natural caíram 39,1%, sendo que esta é uma solução em que os construtores alemães apostam, sobretudo os do Grupo VW. Esta é uma tecnologia similar ao GPL — são ambos bi-fuel, por conseguirem queimar gasolina ou gás, com custos inferiores de utilização —, mas a quebra de vendas num caso e aumento claro no outro são significativos.

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