A visita do Al Nassr ao Al Shabab, este domingo, colocava frente a frente dois treinadores portugueses: Luís Castro e Vítor Pereira, sendo que o último só chegou à Arábia Saudita no início do atual mês de fevereiro. O antigo técnico do FC Porto ainda está à procura de tirar o clube da segunda metade da Saudi Pro League e, na antevisão da partida, não escondia que a receção a Cristiano Ronaldo e companhia era complexa.

“Se fosse só o Cristiano Ronaldo… O problema é que eles têm muita gente de qualidade. São argumentos diferentes, campeonatos diferentes de um lado e do outro. Tenho pouco tempo de trabalho, mas os jogadores estão a assumir as coisas com entusiasmo, o treino, e isso também me entusiasma a mim. Passámos uma ideia clara de jogo, com coisas muito claras em todos os processos, o defensivo e o ofensivo, e eles estão a aceitar bem. Esperemos que os resultados ajudem. Acredito que, conforme o nível de organização vai aumentando, também vai melhorando a possibilidade de ganhar”, começou por dizer, antes de abordar mais especificamente a ida de Ronaldo para a Arábia Saudita.

“É um impacto enorme, brutal. O Cristiano Ronaldo é um bocadinho a imagem desta liga, a imagem da renovação que a Arábia Saudita quer fazer. A imagem dele vende mundialmente. Treinar com jogadores de nível dá possibilidade aos próprios sauditas de aumentarem o seu nível. Treinam com mais qualidade, treinam com jogadores ao seu lado de qualidade e com certeza vão evoluindo mais. Acredito que o país está mesmo empenhado em chegar ao Mundial nas melhores condições possíveis”, acrescentou.

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Assim, o Al Shabab apresentava-se este domingo com Gustavo Cuéllar e Rakitic no meio-campo e Ferreira Carrasco no apoio mais direto a Diallo. Do outro lado, num Al Nassr que podia ficar à condição a quatro pontos da liderança do Al Hilal, que só joga esta segunda-feira, Luís Castro apostava nos naturais Mané, Otávio e Talisca nas costas de Cristiano Ronaldo.

O Al Nassr colocou a bola no fundo da baliza ainda dentro do primeiro quarto de hora, por intermédio de Mané, mas o lance foi anulado por fora de jogo do avançado (10′). Pouco depois, porém, surgiu mesmo a vantagem: Iago Santos tocou com a mão na bola na área do Al Shabab, o VAR alertou o árbitro da partida e Cristiano Ronaldo, na conversão da grande penalidade, não falhou (21′). O jogador português marca agora pelo nono jogo consecutivo, um registo positivo que não alcançava desde os tempos da Juventus, e cimentou o estatuto de melhor marcador do Campeonato com 22 golos.

A equipa de Vítor Pereira reagiu e conseguiu chegar ao empate ainda na primeira parte e também de penálti: Laporte fez falta sobre Carlos Júnior na área do Al Nassr, o VAR voltou a alertar o árbitro e Ferreira Carrasco, no castigo máximo, recuperou a igualdade (45+8′). No fim da primeira parte, Al Shabab e Al Nassr estavam empatados.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Al Nassr acabou por conseguir reconquistar a vantagem logo nos primeiros instantes da segunda parte, com Talisca a atirar de fora de área depois de uma assistência de Otávio (46′). Brozovic ficou muito perto de aumentar a vantagem já depois da hora de jogo, ao surgir na cara de Mohammed Al Absi a permitir a defesa do guarda-redes (63′), Ferreira Carrasco teve várias oportunidades para bisar e empatar e acabou por ser Carlos Júnior a carimbar a igualdade.

Bola recuperada em zona elevada, passe de Diallo a cruzar toda a área e Carlos Júnior, com um toque simples, empatou a partida (67′). Luís Castro respondeu com uma dupla alteração, lançando Al-Najei e Boushal, e o golo da vitória acabou por surgir já muito perto do apito final e por intermédio de Talisca, que não falhou isolado depois de receber um passe vindo de trás (86′). No fim e já depois de Radif ser expulso com cartão vermelho direto nos descontos, o Al Nassr venceu o Al Shabab de Vítor Pereira, colocando-se à condição a quatro pontos do líder Al Hilal de Jorge Jesus.