É um dos jogadores com mais títulos de sempre do futebol mundial, chegou ao topo numa carreira onde só faltou mesmo ganhar um Campeonato do Mundo de clubes (até a medalha de ouro olímpica alcançou), caiu em desgraça. No entanto, a expressão “cair em desgraça” pode ganhar várias formas mediante o contexto em que esteja inserida. No caso de Dani Alves, acrescentou outro ponto: sem liberdade, sem dinheiro, sem clube e sem mulher, o brasileiro perdeu também um “estatuto” que ganhara em campo no Barcelona.

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Numa informação avançada pelo jornal Sport, os catalães decidiram retirar o título de lenda ao antigo lateral canarinho, um reconhecimento que apenas 102 jogadores tiveram ao longo de 125 anos de história, numa lista que tem o inevitável Joan Gamper como número 1 e adicionou nos tempos mais recentes os campeões europeus e mundiais Gerard Piqué (que acabou a carreira), Sergi Busquets e Jordi Alba (ambos nos EUA, onde jogam ao lado de Lionel Messi e Luis Suárez ao serviço do Inter Miami de David Beckham).

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De acordo com a publicação, os blaugrana já tinham há muito tomado a decisão de avançar com a medida mas preferiram manter sempre a presunção de inocência desde que Dani Alves foi detido no âmbito do processo em que era acusado de agressão sexual, em janeiro de 2023. Agora, com a condenação do jogador a quatro anos e meio de prisão, mesmo com esse anúncio da advogada de defesa, Inés Guardiola, que haveria recurso da decisão, o Barcelona avançou para essa destituição do reconhecimento ao jogador, algo que nunca acontecera na história da formação catalã desde que o estatuto de “lenda” foi consagrado.

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Durante oito épocas em que representou o Barça, entre 2008 e 2016, Dani Alves realizou um total de 408 encontros oficiais pelo clube com 23 títulos conquistados: três Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes, três Supertaças Europeias, seis Campeonatos, quatro Taças do Rei e quatro Supertaças. Antes e depois, o brasileiro parecia ter um toque de Midas por onde passou sobretudo desde que ganhou a Copa do Nordeste pelo Bahia e rumou ao Sevilha, onde ganhou duas Taças UEFA, uma Supertaça Europeia, uma Taça do Rei e uma Supertaça entre 2002 e 2008. O defesa foi campeão em Itália pela Juventus e em França pelo PSG, vencendo um Campeonato Paulista no São Paulo em 2021 numa carreira onde conquistou 43 títulos a que se juntaram Jogos Olímpicos, Copas Américas, Mundiais Sub-20 e Taças das Confederações.

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