Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) vão realizar um plenário geral na segunda-feira, o que poderá provocar “incómodos” no serviço, segundo um comunicado dos sindicatos representativos, sublinhando as dificuldades na negociação com a empresa.

De acordo com o comunicado, as organizações representativas dos trabalhadores do ML vão realizar um plenário geral nas Oficinas do Complexo de Carnide das 10h00 às 11h00 e, para os serviços noturnos, entre as 23h30 e as 00h30 (noite de segunda para terça-feira).

“Qualquer incómodo provocado pela realização deste plenário, ou de qualquer decisão dele emanada, na mobilidade dos cidadãos da Área Metropolitana de Lisboa não é da responsabilidade dos trabalhadores do ML, mas sim da falta de negociação imposta por este Conselho de Administração”, refere a nota.

As organizações sindicais criticam “a atitude que o Conselho de Administração da empresa tem tomado ao longo de várias negociações que se pretendem efetivas, assertivas e consequentes, indo assim ao encontro dos conceitos conhecidos de uma verdadeira negociação coletiva”.

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Segundo a nota, a transportadora pública “nada tem feito para procurar um entendimento entre as partes” e tem, antes, assumido uma “postura de imposição das suas ideias, tentando através das palavras fazer acreditar no seu contrário”.

“Os trabalhadores desta empresa sempre pautaram a sua conduta, pelo elevado sentido de comprometimento com a cidade e os passageiros que transportam, através do elevado profissionalismo com que desempenham diariamente as suas funções e tarefas, muitas das quais mesmo quando a cidade ‘dorme'”, é referido.

As organizações representativas dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa têm vindo a reunir-se com a administração da empresa a propósito de uma revisão do Acordo de Empresa, do regulamento de carreiras, do recrutamento de novos trabalhadores, entre outros pontos.

Em 1 de fevereiro, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) avançou que as organizações sindicais “voltaram a rejeitar o valor proposto para o aumento, alegando que esse montante é insuficiente e que se traduz numa redução drástica no poder de compra dos trabalhadores do ML”, tendo em conta que a empresa queria “aplicar por ato de gestão 5% de aumento na massa salarial”.

Em relação às restantes propostas apresentadas pelas organizações, a administração da empresa argumentou, segundo a Fectrans, “não reunir condições para alterar” uma série de questões, entre as quais a redução de horário de trabalho para as 35 horas semanais, o acréscimo remuneratório nos feriados ou o aumento do subsídio de refeição.

A federação referiu então que a empresa continua disponível para discutir as propostas sobre a alteração do manual de procedimentos de faltas e regulamentação das 28 horas de créditos anuais, e uma alteração quanto à regularização das frações de tempo de ausência.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o serviço funciona entre as 06h30 e as 01h00.