A peça de Tiago Rodrigues Catarina e a Beleza de Matar Fascistas vai ser publicada em livro em Portugal pela Tinta-da-China. Chega às livrarias em abril.

Desde a estreia, em 2020, que o espetáculo de Tiago Rodrigues, antigo diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II e atual diretor do Festival de Avignon, tem esgotado sempre que está em cartaz. A peça centra-se numa família que tem por tradição matar fascistas, ritual que a mais nova de todos, Catarina, se recusa a cumprir. Catarina argumenta que todas as vidas devem ser defendidas, sendo necessário falar e entender aqueles que acabam por votar na extrema-direita, não sendo fascistas. O espetáculo levanta questões como: “Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?” A peça termina com um longo discurso de um membro de um partido populista então no poder, que em 2020 tinha apenas um deputado, mas que entretanto conseguiu chegar aos 117, alcançando maioria absoluta.

Sem datas anunciadas para ser levada à cena em Portugal, a peça vai mostrar-se na Schaubühne, em Berlim, em abril, dias antes do lançamento do livro, que está marcado para 24 de abril, às 21h30, na Culturgest, em Lisboa.

A capa do livro “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, de Tiago Rodrigues, editado pela Tinta-da-China

Em 2020, o texto da peça-fenómeno de Tiago Rodrigues foi publicado em livro em França. Catarina et la beauté de tuer des fascistes era o título da publicação, numa edição de Les Solitaires Intempestifs e com tradução de Thomas Resendes.

Em Itália, Catarina e a Beleza de Matar Fascistas recebeu o Prémio Ubu de melhor peça estrangeira, mas também foi alvo de protestos, com o deputado Federico Mollicone, do partido Irmãos de Itália (Fratelli d’Italia), a apelar a que o espetáculo fosse retirado do cartaz do Teatro di Roma. O The New York Times considerou-a um dos melhores espetáculos na Europa em 2022.

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