O secretário-geral das Nações Unidas defendeu esta quarta-feira que o papel da Europa é “mais importante do que nunca” face a um “momento particularmente negro” em todo o planeta, exigindo o fim da “punição coletiva” de palestinianos.

“Encontramo-nos num momento particularmente negro, onde o papel da Europa no palco global é mais importante do que nunca. Na Ucrânia, a invasão russa, há dois anos, desencadeou sofrimento terrível, ainda está a causá-lo, aumentando tensões globais”, disse o português António Guterres, em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

António Guterres revalidou o apelo a Israel para um cessar-fogo imediato — que instantes antes tinha sido feito pela presidente do executivo comunitário —, que possibilite o acesso de ajuda humanitária sem impedimentos à Faixa de Gaza e à população palestiniana, assim como a libertação dos restantes reféns raptados pelo movimento islamita Hamas.

O secretário-geral das Nações Unidas criticou novamente a maneira como Telavive está a levar a cabo a intervenção militar no enclave palestiniano: “Nada justifica a punição coletiva da população palestiniana”.

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“Mais de um milhão de pessoas estão a sofrer, a fome é catastrófica, de acordo com uma quantificação científica recentemente divulgada”, acrescentou.

Metade dos habitantes da Faixa de Gaza está em situação de fome catastrófica

“É preciso agir agora, antes que seja demasiado tarde”, finalizou o antigo primeiro-ministro de Portugal.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 31 mil pessoas, maioritariamente civis.