Luis Rubiales vai regressar a Espanha no dia 6 de abril e poderá ser detido assim que aterrar em território espanhol vindo da República Dominicana, onde vive há vários meses. De acordo com a agência EFE, o antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) está incluído num mandado de detenção emitido pelo Ministério Público do país na sequência das buscas por alegadas irregularidades nos contratos com a Kosmos, de Gerard Piqué, que fecharam a ida da Supertaça para a Arábia Saudita.

As buscas da Unidade Central Operacional da Guarda Civil decorreram na manhã desta quarta-feira na sede da RFEF, nos escritórios do Estádio Olímpico de La Cartuja em Sevilha, na casa de Luis Rubiales em Granada e noutros 11 domicílios. Pelo menos quatro pessoas foram detidas, incluindo o assessor jurídico e o diretor legal da Federação, e a imprensa espanhola avançou desde logo que o antigo presidente também o teria sido se estivesse em Espanha. Rubiales está na República Dominicana há vários meses, supostamente inserido no mundo do basebol depois de ter sido suspenso pela FIFA de toda a atividade do futebol por três anos, e mostrou-se “espantado” com o caso.

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“Estou absolutamente espantado com tudo isto. Há meses que estou a trabalhar na República Dominicana, a minha família vinha ter comigo na Páscoa”, começou por dizer, com a advogada do antigo dirigente a garantir que este estava “disponível para, perante a justiça, prestar todos os esclarecimentos sobre a investigação em curso”. Já esta quinta-feira, o jornal El Español publicou uma entrevista onde Luis Rubiales revela que vai regressar a Espanha daqui a pouco mais de duas semanas.

Ao jornal, o antigo presidente da RFEF mostrou-se “surpreendido” com as buscas, garantiu que nunca fez “nada de mal” e que “não sabe nada” sobre o que está a ser investigado. “Quando me fizerem perguntas, respondo a tudo, para mim é melhor que se esclareça tudo o mais depressa possível”, acrescentou, reiterando que não tem “nada a esconder” e que está “à plena disposição” da justiça.

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Segundo a Cadena SER, para além do negócio da ida da Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita, a agora denominada “Operação Brody” está a investigar as obras de remodelação do Estádio Olímpico de La Cartuja, em Sevilha, onde também decorreram buscas. As obras foram divididas por dois contratos, num total de quase 900 mil euros, e a empresa proprietária do estádio terá fechado um acordo com a RFEF para que a empreitada fosse adjudicada à GRUCONSA, onde trabalha o irmão do diretor do Departamento Jurídico da RFEF. Os dois irmãos foram detidos esta quarta-feira.

As buscas têm tido as naturais ondas de choque, com o jornal Marca a garantir ainda esta quarta-feira que na FIFA ecoava que “por menos” já se retirou a organização de fases finais de competições a outros países — recordando que Espanha vai receber o Mundial 2030 em conjunto com Portugal e Marrocos. Ainda assim, o presidente do Conselho Superior do Desporto garantiu que a competição “não está em risco”, com a Federação Portuguesa de Futebol a transmitir a mesma ideia e a lembrar que a candidatura está “acima de quaisquer pessoas ou cargos”.

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