Luis Rubiales pediu o arquivamento do processo disciplinar instaurado pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) na sequência do beijo que deu a Jenni Hermoso após a final do Mundial feminino. Num documento de 18 páginas a que a Europa Press teve acesso, a defesa do antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) considera “desconectada”, “arbitrária” e “injustificada” a sanção proposta de três anos de suspensão.

Para Luis Rubiales, a consequência do caso deveria passar por um aviso, uma multa e/ou uma suspensão entre três e seis meses. No documento, o espanhol defende que o TAD foi influenciado pela “pressão mediática e pelo poder político” e garante estar a ser vítima de uma “teatralização bestial”, uma “demagogia brutal”  e um “linchamento”, apresentando quatro motivos para todo o episódio.

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“Primeiro, cometi um erro. Segundo, andavam atrás de mim há muito tempo. Terceiro, isto foi muito bom para algum setor radicalizado da política espanhola. Quarto, este assunto constituía, sem dúvida, um filão mediático”, pode ler-se na defesa de Luis Rubiales, que continua a insistir na versão de que o beijo foi consensual, algo que já foi rejeitado por Jenni Hermoso tanto publicamente como nas declarações que prestou ao Ministério Público espanhol.

“O fugaz beijo (não na boca) nos lábios foi consentido e quem disser o contrário está a faltar à verdade. Tudo o que afirmei até agora foi a minha única versão e assim será. As provas visuais, de conduta e mesmo as declarações espontâneas de ambas as partes depois do ocorrido indicam isso”, indica o antigo presidente da RFEF, que nas últimas semanas vendeu a penthouse que tinha em Madrid e mudou-se para Granada, a cidade onde cresceu e onde os pais ainda vivem.

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Por fim, ainda no tal documento de 18 páginas, Luis Rubiales aborda o gesto obsceno que fez na tribuna presidencial do Stadium Australia após a vitória de Espanha frente a Inglaterra na final do Campeonato do Mundo — ao lado da rainha Letizia, algo que tornou o momento ainda mais polémico. O antigo dirigente reconhece que foi um “ato sujo”, “inapropriado” e “ordinário”, mas explica que foi unicamente dirigido ao então selecionador Jorge Vilda, que tinha “sofrido muito com uma chantagem de quem agora está a aproveitar para tirar créditos e realizar uma doce vingança à boleia da falsa desculpa de ‘conquistar direitos'”.

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