Depois de um regresso inesperado ao governo francês, Rachida Dati, um escolha pessoal do Presidente Emmanuel Macron para liderar a pasta da Cultura, está a dar que falar. O jornal Le Monde revelou esta semana que a governante enviou mensagens ao primeiro-ministro francês e ao ministro da Economia que terão provocado algum desconforto.

“Vou transformar o teu cão num kebab”. Esta foi a mensagem que, segundo o jornal francês, o primeiro-ministro Gabriel Attal recebeu da parte de Rachida Dati. As palavras surgem depois do momento, captado em fotografia, em que o governante mostrou a imagem do animal — um presente da família após a sua recente nomeação — a uma surpreendida Dati e a um conjunto de ministras numa sessão da Assembleia Nacional, enquanto era confrontado pelo socialista Boris Vallaud.

O Le Monde avançou ainda que numa outra mensagem, desta vez enviada ao ministro da Economia, Rachida Dati deixou claro o seu desacordo quanto ao anúncio de cortes no ministério que lidera, descrevendo Bruno Le Maire como um “grande pedaço de m****”. Em causa está o desacordo com o pacote anunciado no início do ano por Le Maire e que contempla vários cortes para poupar cerca de 10 milhões de euros. A ministra já negou ter enviado esta mensagem em específico, mas não a anterior.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Está não é a primeira vez que Rashida Dati — uma escolha particularmente surpreendente para o governo por ser uma antiga ministra de Nicolas Sarkozy que não tinha, até agora, deixado o seu partido de centro-direita — se vê envolvida em polémicas. A imprensa francesa recorda que chegou a chamar “fascista” e “bandido” ao ministro do Interior, da Imigração e Identidade Nacional quando fez parte do executivo de Sarkozy. “Olá, fascista (…). Vou dar um aviso final por mensagem e enviar uma cópia a Nicolas Sarkozy. Ou me deixa em paz, ou vou avançar com um processo que data há dois anos e no qual é nomeado juntamente com outras pessoas por invasão de privacidade e espionagem. (…) Deixe-me em paz ou não o vou largar, bandido!”, escreveu a Brice Hortefeux, em 2013.

De olho no futuro, Macron escolhe Attal para liderar governo. Mas continua a segurar firmemente as rédeas

Mais recentemente, descreveu Patrick Stefanini, que foi diretor da campanha da política Valérie Pécresse em 2022, como um “fracasso” depois deste ter criticado o seu insucesso nas eleições municipais de 2020. Também é conhecida e pública a sua desavença com Anne Hidalgo, ex-candidata à presidência francesa e autarca de Paris, destacando regularmente os seus baixos resultados (1,7%) nas últimas eleições presidenciais.